HIROSHIMA, Japão ? Mais de 70 anos depois de uma bomba atômica devastar Hiroshima, um presidente americano visita a cidade japonesa. Barack Obama chegou por volta das 5h da manhã desta sexta-feira e, apesar da homenagem às vítimas, deixou claro que não pediria desculpas. O ataque a Hiroshima, no fim da Segunda Guerra Mundial, deixou mais de 140 mil mortos.
Obama chegou a Hiroshima acompanhado pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, com quem prometeu um discurso de combate à proliferação de armas nucleares. A viagem ao país acontece após uma reunião do G-7.
A visita é uma homenagem às vítimas do ataque de 6 de agosto de 1945 ? e, possivelmente, aos outros 74 mil mortos pela bomba que atingiu Nagasaki, três dias depois, forçando a rendição japonesa meses após a derrota da Alemanha nazista. No início do primeiro mandato, Obama disse ter desejo de conhecer a cidade.
Anos após deixar o cargo, o ex-presidente Jimmy Carter foi a Hiroshima em 1984 para falar contra a proliferação nuclear. Em março, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitou o memorial do bombardeio de Hiroshima, marcando a primeira ida de um chefe da diplomacia americana em exercício ao local. Ele também não pediu desculpas, mas disse lamentar profundamente os fatos que levaram aos ataques.
? Jamais esquecerei aquelas imagens que revolvem o estômago ? disse Kerry, comentando os estragos provocados pela explosão da bomba, cujo lançamento foi autorizado pelo presidente Harry Truman.
A prefeitura de Hiroshima também elogiou a decisão de realizar a visita, e pediu que o presidente americano escutasse as histórias dos sobreviventes do ?inferno nuclear?. O prefeito Kazumi Matsui disse que o gesto ?passaria uma forte mensagem?, discurso repetido pelos que perderam parentes e amigos na explosão atômica.
A viagem de Obama ocorre meses antes do 75º aniversário do ataque do Japão, então aliado da Alemanha de Hitler, contra a base americana de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, fato que levou os americanos a entrarem na Segunda Guerra.