LONDRES – A Europe precisa, urgentemente, de uma ajuda de ? 150 bilhões para recapitalizar seu problemático setor bancário, principalmente os bancos da Itália, disse o economista-chefe do Deutsche Bank ao jornal ?Welt am Sonntag?.
?A Europa está extremamente doente e deve começar a lidar com seus problemas extremamente rápido, ou pode haver um acidente?, afirmou David Folkerts-Landau, de acordo com o jornal. ?Eu não sou um profeta do fim do mundo, eu sou um realista?.
Com os bancos italianos sendo pressionados por ? 360 bilhões de euros em créditos podres, o governo tem sondado os reguladores a respeito de formas de dar apoio aos bancos em meio a um selloff (onda de vendas em massa) após o Reino Unido votar por sair da União Europeia (UE).
Lorenzo Bini Smaghi, que foi membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE) que agora é presidente do conselho do Société Générale, disse na quarta-feira que a crise dos bancos na Itália poderia se espalhar para o resto da Europa e que regras limitando a ajuda estatal às instituições financeiras deveriam ser reconsideradas para evitar maiores distúrbios nos mercados.
?NÃO ESPERO UMA SEGUNDA CRISE DE 2008?
?Eu não espero uma segunda crise financeira como em 2008?, disse Folkerts-Landau, segundo o ?Welt?. ?Os bancos estão muito mais estáveis hoje e têm mais patrimônio. O que nós enfrentamos agora é uma lenta e longa espiral descendente?.
O índice da Bloomberg de bancos e serviços financeiros na Europa despencou 33% este ano, atingindo o menor nível em mais de sete anos na quinta-feira. O preço das ações do Deutsche Bank desabou 48% neste período.
Folkerts-Landau contou que, recentemente, comprou 100 mil ações do Deutsche Bank e que está otimista sobre as perspectivas para seu emprego.
O vice-presidente do conselho do fundo de investimento BlackRock disse este mês que a Comissão Europeia deveria adotar um programa similar ao implementado pelos EUA na crise de 2008 e que permitia que o governo comprasse fatias de ativos problemáticos dos bancos ? o que evitava perdas maiores às instituições.