Cotidiano

Bancos assombram 44% dos paranaenses

Curitiba – Dados do SPV Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas apontam que, no Brasil, 59,9 milhões de brasileiros têm alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas. O número representa 39,5% da população com idade entre 18 e 95 anos.

Conforme informações apuradas na Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná), do total das dívidas contraídas pelos paranaenses, 44% estão relacionadas aos bancos. Em segundo lugar, o comércio é o setor responsável por 24% das dívidas totais.

Já na variação envolvendo os meses de outubro para novembro houve uma queda de 2,7% do número de CPFs negativados. Do total de endividados, 39% dos paranaenses têm idade inferior a 18 anos e 26,26% integram a faixa etária dos 30 aos 39 anos. Essa diferença é justificada porque, nessa idade, as pessoas estão em uma fase de construção da vida patrimonial e familiar.

Nos últimos 19 meses, o Paraná tem apresentado queda nessas estatísticas. Comparando a novembro do ano passado com o mesmo mês deste ano, a redução das dívidas é de 5%. As dívidas ligadas às contas de água e luz tiveram queda de 35%.

A realidade do Paraná contrasta com os números nacionais apresentados pelo SPC Brasil. Em novembro, houve um aumento de 0,23% na quantidade de inadimplentes na comparação com o mesmo período de 2016. Na comparação mensal, o aumento ficou em 0,15%.

A Região Sul conta com 8,3 milhões de inadimplentes, ou seja, 37% da população adulta. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 8%.

De acordo com o vice-presidente da Faciap, Claudenir Machado, o devedor privilegia o pagamento das contas básicas para evitar cortes de serviço. Porém, é preciso atenção, já que, de todas as dívidas registradas no Paraná, 44% são devidas a bancos. “Os empréstimos bancários são os que possuem juros mais altos. As dívidas para esse setor podem se tornar uma bola de neve”, alerta Claudenir Machado.

“O brasileiro chega ao fim deste ano com a impressão de que o pior momento da recessão ficou para trás, mas deve ter cuidado em não dividir compras com prestações a perder de vista. Se a inflação controlada e a queda dos juros servem de alento, os altos níveis de desemprego ainda são um problema. É hora de controlar gastos, organizar prioridades, sem se levar pelo emocional ou assumir compromissos acima da capacidade”, orienta o vice-presidente da Faciap, Claudenir Machado.