ORLANDO ? Enquanto executava o maior ataque armado da história dos EUA, o atirador da boate gay de Orlando ligou para uma emissora televisiva local. Pouco após ter falado com a polícia, Omar Marteen se identificou como o responsável pela tragédia, que deixou 49 mortos no domingo. Mais uma vez, ele disse ter conexões com o Estado Islâmico em uma mistura de inglês e árabe, segundo o produtor da TV que atendeu ao telefone.
A poucos quilômetros da casa noturna, Matthew Gentili recebia diversas ligações de espectadores que tentavam descobrir o que acontecia. Dentre tantos telefonemas, ele relata que uma das conversas foi inesquecível.
? Você sabe sobre o tiroteio? ? uma voz masculinha perguntou a Gentili.
? Sim, estou recebendo ligações. Estou ouvindo relatos de um tiroteio ? o produtor respondeu
? Sou o atirador. Sou eu. Eu sou o atirador.
Em seguida, Gentili diz que se tornou muito difícil entender o interlocutor. Ele falava rapidamente em uma mistura de inglês e uma língua que lhe parecia ser árabe fluente.
Quando Marteen voltou a falar em inglês, citou o jihadismo como sua motivação pelo crime. Ele se recusou a dizer de onde estava ligando.
? Eu fiz isso pelo Estado Islâmico ? disse ele.
? Tem algo mais que você queira dizer? ? respondeu Gentili.
? Não.
O atirador, então, desligou abruptamente o telefone. Embora agente do FBI não tenham sido capazes de confirmar que era efetivamente o atirador na ligação, o conteúdo da ligação e o horário ? logo após a conversa com a polícia ? fazem sentido no contexto daquela noite, segundo os veículos de imprensa local que ouviram à gravação do telefonema.
Dias após o episódio, o produtor diz que ainda é assombrado pela lembrança daquele telefonema:
? Jamais esquecerei as palavras que ele me disse.