VARSÓVIA ? O Parlamento polonês rejeitou nesta quinta-feira um projeto de lei que praticamente baniria a prática do aborto no país. A votação marca a primeira derrota do grupo conservador que comanda o país, após manifestações que levaram milhares de mulheres às ruas em defesa do direito. A proposta foi rejeitada por 352 votos a 58.
Na segunda-feira, as polonesas decretaram greve e foram às ruas vestidas de preto, pedindo a rejeição da proposta apresentada por um grupo anti-aborto após coleta de 450 mil assinaturas. De acordo com a Reuters, mais de cem mil mulheres se juntaram em protestos em diversas cidades do país.
As leis atuais já são consideradas conservadoras em relação a outros países europeus, pois a interrupção da gestação só pode acontecer quando há riscos para mãe ou para o bebê ou quando a gravidez é decorrente de estupro ou incesto. A proposta rejeitada abriria excessão ao aborto apenas em casos onde a vida da mãe estivesse em risco.
Até a noite de quarta-feira, a expectativa era pela aprovação da proposta, mas o partido governista Lei e Justiça (PIS) inesperadamente retirou o seu apoio, após uma reunião de emergência de um comitê parlamentar.
? O PIS continua apoiando a proteção da vida ? disse ao Parlamento o líder do partido, Jaroslaw Kaczynski. ? E vai continuar tomando ações neste sentido.