BAGDÁ ? O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, ordenou que forças de segurança do país deixem de usar falsos detectores de explosivos em postos de controle, após o ataque do Estado Islâmico (EI) que deixou 165 mortos na capital do país, e ordenou uma investigação junto ao Ministério do Interior sobre as ?negociações corruptas? que levaram à compra dos detectores, conhecidos como ADE 651.
Os aparelhos, criados para encontrar bolas de golfe perdidas, foram vendidos às forças iraquianas como detectores de explosivos pelo britânico James McCormick, condenado a dez anos de prisão em 2013. Os aparelhos, vendidos nas lojas ocidentais por cerca de US$ 20, foram oferecidos ao governo iraquiano por US$ 40 mil a unidade, dando a McCormick, dono da ATSC, que fabricava os falsos detectores, um lucro superior a US$ 75 milhões somente nas ngociações com Bagdá.
Abadi exigiu que sistemas de raios-x sejam instalados nas fronteiras da capital e de outras províncias, além de reforços nas ações de Inteligência no perímetro da cidade, e um aumento na vigilância aérea.
A perda de território tem aumentado os ataques do EI no território iraquiano. As forças de segurança do país, apoiadas por ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA, retomou recentamente as cidades de Tikrit, Ramadi e Falluja das mãos do grupo.