Cotidiano

Aos 72 anos, morre o escritor Antônio Carlos Viana

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RIO ? O escritor sergipano Antônio Carlos Viana morreu na manhã deste sábado em um hospital de Aracaju, capital do Sergipe. O autor de 72 anos foi vítima de um mileoma, tipo de câncer que ataca a medula óssea.

Graduado em letras pela Universidade Federal do Sergipe, Viana fez mestrado em teoria literária na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e doutorado em literatura comparada na Universidade de Nice, na França.

Durante mais de 40 anos de carreira, o acadêmico atuou como professor, tradutor e contista. Sua estreia na ficção ocorreu em 1944, quando ele lançou a coleção de contos “Brincar de manja”. Também na seara da narrativa curta, Viana publicou “Em pleno castigo” (1981), “O meio do mundo” (1993), “Aberto está o inferno” (2004), “Cine privê” (2009) e “Jeito de matar lagartas” (2015); os dois últimos receberam o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) de melhor livro de contos.

Em matéria para O GLOBO no ano passado, a jornalista Juliana Kraupp escreveu que as histórias de Viana sempre “passeiam personagens sempre às voltas com as perturbações do corpo, o desejo, as doenças e a decrepitude, o susto e a crueldade, a violência encravada no torvelinho da rotina.”

Em entrevista para o mesmo artigo, o escritor analisava sua produção recente: “O corpo é fonte de angústia na adolescência e na velhice, mas cada extremo a seu modo. A maioria dos meus personagens, hoje, é de pessoas idosas, marcadas pela degradação física e pela aflição do desejo carnal que, afinal, não morre. Por isso cheguei a uma sensualidade tão sombria, cheia de desassossego”.