BRASÍLIA ? Um mês e meio após ter sido afastado por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha faz um pronunciamento à imprensa nesta terça-feira, em um hotel de Brasília. Eduardo Cunha começou explicando que decidiu convocar a coletiva porque, desde que foi afastado da Câmara e do mandato, só tem falado por meio de notas e do Twitter e que isso tem atrapalhado sua defesa. Segundo ele, citando a TV Globo, “alguns algozes” dele são escalados diariamente, em rodízio, para atacá-lo e ele, como não dá entrevista, não aparece se defendendo.
? Isso vem prejudicando a minha versão dos fatos, minha defesa e minha comunicação. Resolvi voltar a falar com regularidade para prestar essas informações eu mesmo, na medida que queiram me ouvir. Há nítido cerceamento de defesa e a falta de comunicação é um dos problemas ? disse Cunha.
Antes de responder perguntas, ele decidiu fazer um histórico sobre sua relação com o PT. E como se deu o racha entre PMDB e PT, com a decisão da presidente afastada Dilma Rousseff de interferir para evitar sua eleição à Presidência da Casa. Na época, Cunha teve 267 votos, contra 136 do petista Arlindo Chinaglia. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que disputou no campo da oposição com o apoio do PSDB/PPS/PV, teve 100 votos.
Cunha chegou acompanhado de assessor, mas não estão presentes aliados e nenhum deputado. Na mesa, ele está sentado sozinho.
Com a base de aliados se esfarelando, cresceu nos últimos dias a pressão para que o presidente afastado da Câmara renuncie à presidência da Casa e facilite a transição do cargo no momento de votação do ajuste fiscal. Segundo relatos de deputados que foram à sua casa, o apelo pela renúncia foi renovado, mas Cunha acha que ainda não é a hora e não deve anunciar essa decisão nesta segunda-feira.