Uma das faculdades de medicina mais importantes da Tailândia flagrou estudantes colando usando câmeras de espionagem em óculos, ligadas à smartwatches, no que está sendo comparado a um enredo do filme “Missão impossível”.
Arthit Ourairat, o reitor da Universidade Rangsit, postou fotos do equipamento de alta tecnologia em sua página no Facebook, anunciando que o vestibular em questão tinha sido cancelado após o flagra.
Três estudantes usaram óculos com câmeras sem fio embutidas na armação para transmitir as questões da prova para um grupo de pessoas ainda não identificadas, que, em seguida, enviava as respostas aos smartwatches. Segundo reitor, o trio contou ter pago 800.000 baht (US$ 23.000, ou R$ 81.744) cada um para o grupo pelo equipamento e as respostas
“Queremos que o público saiba disso,de que temos de ter cuidado, especialmente para os exames médicos onde há alta demanda entre os estudantes, mas não muitas vagas”, Arthit disse ao canal local de TV Channel 3.
O post original do reitor viralizou no país, com mais de 64 mil curtidas e 24 mil compartilhamentos. Muitos criticaram os alunos, mas outros elogiaram a inventividade do método: “Coisa de filme de Hollywood mesmo, impressionante”, disse um deles.
A formação médica é muito cobiçada na Tailândia, onde os médicos podem fazer pequenas fortunas em um setor privado importante regionalmente. Apesar de mais de uma década de crescimento econômico impressionante, o sistema de ensino da Tailândia está em extrema necessidade de reforma com a aprendizagem baseada em “decoreba”, longas horas e maus resultados em testes internacionais.
No ranking do PISA de 2014, que mede os padrões educacionais globais, estudantes tailandeses ficaram abaixo da média global e muito pior do que os do mais pobre Vietnã, especialmente em disciplinas como matemática e ciências. Os críticos no próprio país afirmam os altos níveis de corrupção e a instabilidade política da última década dificultam a aprovação de reformas.