Responsável pela morte de ao menos cinco mil pessoas ao ano no Brasil, a contaminação por defensivos agrícolas tem aumentando principalmente entre os aplicadores desses produtos no campo. Essa falta de conscientização vem do próprio agricultor que não se preocupa em recorrer ao EPI para sua proteção. Pensando nisso, a Areac (Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel), desencadeou uma campanha no sentido de conscientizar o produtor a fazer o uso do equipamento para com isso, evitar futuros problemas de saúde. A Areac inclusive iniciou campanha neste sentido usando também as redes sociais.
A Areac reuniu engenheiros agrônomos para discutir as normas em relação ao EPI e a aplicação da NR 31. Os temas foram apresentados pelo engenheiro agrônomo Francisco Grzesiuk. Segundo ele, 90% dos agricultores brasileiros responsável pela aplicação dos agrotóxicos no campo não utilizam o EPI. “É um dado alarmante, pois o agronegócio é quem move a economia do País e conta com milhares de agricultores expostos dia a dia e que no futuro podem sofrer com os efeitos crônicos”, disse Francisco. “Hoje, os produtos estão cada vez mais seguros, entretanto, aumentou consideravelmente a frequência com que os agricultores fazem as aplicações”, aponta. Ele citou por exemplo uma pulverização com trator, com equipamento de arrasto. “Em uma jornada de sete horas, o aplicador recebe o equivalente a 40 ml de deriva, ou seja, é o mesmo que passar veneno sobre o corpo por quatro vezes”, comenta. As contaminações dérmicas são as mais frequentes, conforme o engenheiro agrônomo. O uso do EPI é resguardado por lei.
Logo depois, o gerente regional do Crea-PR, engenheiro civil Geraldo Canci, falou sobre o papel dos conselheiros e a ética na profissão. O presidente da Areac, engenheiro agrônomo Francisco Justo Júnior, considerou os temas abordados pertinentes e convocou os profissionais a aderir à campanha de conscientização no campo deflagrada pela associação.
Vandré Dubiela