BERLIM ? Georg Pazderski, líder da Alternativa para a Alemanha (AfD) em Berlim, defendeu a repatriação dos refugiados, a saída da Alemanha do euro e a reforma radical da UE como condição de permanência do país no bloco. Em entrevista ao GLOBO, o ex-coronel do Exército alemão afirmou que o AfD não é nazista, mas conservador.
Qual é o próximo passos da AfD?
O próximo passo será a eleição federal. Os outros partidos estabelecidos tentam resolver o problema da concorrência nos chamando de nazistas. Mas isso não é verdade. Quando era jovem, o meu ídolo político era o então chanceler Willy Brandt, que ao ajoelhar-se para pedir perdão pelo Holocausto em visita à Polônia, começou a quebrar o gelo da Guerra Fria. A AfD é parecida com a social-democracia de Willy Brandt e com a União Democrata Cristã (CDU) antes de Angela Merkel.
Quais os eixos da sua política?
Repatriação dos refugiados e reforma da UE. A própria convenção da ONU determina que os refugiados devem ser recebidos e protegidos até que tenham a chance de voltar a seus países. Ajudar é preparar os que ainda não podem ser repatriados, como os sírios, para a reconstrução do país após a guerra. A maioria dos fugitivos, porém, vêm de outros países. A Alemanha não pode salvar o mundo.
A AfD vai defender uma saída da Alemanha da UE?
Saída do euro e reforma da UE. O euro foi um erro histórico que resultou em empobrecimento de amplas camadas de população no Sul da Europa. Antes, os problemas econômicos podiam ser resolvidos com a desvalorização da moeda; com o euro não é mais possível. Queremos reformar a UE radicalmente como condição para que a Alemanha permaneça.
Como o senhor vê a atual política de Angela Merkel?
Com Angela Merkel, a Alemanha adotou uma posição isolada e arca sozinha com o ônus da crise dos refugiados. As consequências são graves. O Brexit ocorreu porque o Reino Unido não queria mais correr o risco de ter que adotar a política de refugiados da Alemanha. A chanceler Merkel cometeu um erro grave ao abrir as fronteiras do país no ano passado. Até hoje não sabemos quem entrou no país, o que sempre é confirmado quando há atentados na Europa. (GMR)