A imprudência continua fazendo vítimas no trânsito em todo o mundo e, em Cascavel, não é diferente. A principal causa provável de mortes nas vias e rodovias que fazem parte da circunscrição do Município, neste primeiro semestre de 2020, foi o excesso de velocidade, seguido de associação de álcool e direção e avanço de preferencial/sinal. Essa constatação é dos membros do Cotrans (Comitê Intersetorial de Trânsito)/PVT (Programa Vida no Trânsito), que em reunião por videoconferência analisaram as 27 mortes registradas no perímetro urbano e rodoviário que faz parte do Município de Cascavel no período de 1 de janeiro a 19 de junho deste ano.
Como o grupo analisa detalhadamente as prováveis causas das ocorrências, com base em todos os dados divulgados pelos órgãos de segurança e da Secretaria de Saúde, três óbitos – de um total inicial de 27 – foram descartados como acidentes de trânsito deste ano: dois foram classificados como causa natural (em duas situações foi constado que os condutores sofreram AVC no trânsito) e um foi considerado homicídio. Desta forma, até o momento são contabilizados 24 óbitos (geral), sendo 11 no perímetro urbano e 13 em rodovias. Desses, 11 tiveram como causa provável o excesso de velocidade (46%), seguido de quatro por uso associado de álcool x direção (17%) e três por avanço de preferencial (13%), totalizando 18. Os demais tiveram causas como ultrapassagem em local proibido, queda de moto, fadiga e avanço de semáforo.
11% menos mortes
Este número, embora junho ainda não tenha sido finalizado, é 11% menor do que igual período de 2019, quando foram registradas de janeiro a junho 27 mortes no trânsito, conforme o comparativo abaixo:
Comparativo de mesmo período ano anterior/atual | 2019 | 2020 |
Motociclista | 8 | 7 |
Condutor Auto | 5 | 8 |
Pedestre | 7 | 6 |
Ciclista | 4 | 0 |
Passageiro Auto | 3 | 2 |
Passageiro Moto | 0 | 1 |
TOTAL | 27 | 24 |
Todos os números estão positivos, com exceção do condutor de automóvel, que aumentou em 60% o número de óbitos, passando de 5 em 2019 para oito este ano.
Participaram da reunião do Cotrans a coordenadora da Educação de Trânsito da Cettrans/Transitar, Luciane de Moura; o coordenador do Cotrans, major Amarildo, do 4º Grupamento de Bombeiros, e representantes da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Rodoviária Estadual, da Polícia Militar, da Secretaria de Saúde e da 10ª Regional de Saúde.
Falta de cinto de segurança
De acordo com Luciane de Moura, além da causa principal, que é o excesso de velocidade, os especialistas observaram ausência do cinto de segurança associada aos demais fatores de risco em várias ocorrências. Em pelo menos três óbitos, a falta do cinto pode ter sido fator determinante para agravar o trauma. “O cinto de segurança tem o uso obrigatório como proteção do condutor há décadas e, sempre enfocamos nas ações de educação de trânsito a importância, contudo, ainda há cidadãos que, infelizmente, não dão importância ao equipamento de segurança”, enfoca Luciane de Moura, enfatizando que “mesmo durante a pandemia, os trabalhos com Educação, Engenharia e Fiscalização de Trânsito continuam ocorrendo em nossa cidade, sempre visando à segurança e à vida de cada cidadão”.