Cotidiano

2ª onda: França e Alemanha anunciam lockdown

As medidas de isolamento começam a valer a partir de sexta-feira (30)

2ª onda: França e Alemanha anunciam lockdown

Paris – O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou na tarde dessa quarta-feira (28) lockdown nacional no país que deve durar, pelo menos, todo o mês de novembro, a fim de conter o avanço da segunda onda de covid-19. Trata-se da segunda adoção da medida em território francês desde o início da pandemia do novo coronavírus.

As medidas de isolamento começam a valer a partir de sexta-feira (30). As pessoas só poderão sair de casa para trabalhar ou por motivos de saúde e mediante o preenchimento de um formulário de justificação. Estabelecimentos considerados não essenciais, como bares e restaurantes, deverão permanecer fechados. Fábricas e escolas, porém, ficarão abertas.

As mortes diárias causadas pela doença na França estão no nível mais alto desde abril. O país já registrou mais de 1 milhão de infecções e quase 36 mil mortes em decorrência da Sars-CoV-2.

Ontem o mundo registrou novo recorde diário de mortes, com mais de 500 mil novos infectados e mais de 7 mil óbitos em um dia.
A Alemanha decidiu impor as restrições mais duras desde um lockdown ocorrido durante a primavera no hemisfério norte. O acordo para impor uma paralisação parcial de um mês foi acertado pela chanceler Angela Merkel depois de conversas com líderes dos 16 estados do país, afirmou a Bloomberg.

Com aumento explosivo dos casos de covid-19, a Alemanha decidiu nessa quarta decretar quarentena parcial a partir de 2 de novembro, medida semelhante a outras adotadas por alguns países europeus, como Portugal.

Com a nova determinação, bares e restaurantes serão fechados, mas as escolas permanecerão abertas. Nos Estados Unidos, novos casos de covid-19 bateram recorde, aumentando tensão no fim da corrida eleitoral.

Se, na terça-feira, a campanha do presidente Donald Trump listou o fim da pandemia de covid-19 como uma das conquistas científicas de seu primeiro mandato, os números indicam que a afirmação passa longe de ser verídica.

Apenas na última semana, o país registrou quase 500 mil novos casos da doença, número sem precedentes e que acirra as apreensões sobre como será o pleito do próximo dia 3, quando seu vencedor será conhecido.

“Nós temos que agir e precisamos agir agora para evitar uma emergência de saúde nacional”, disse a chanceler Angela Merkel ao anunciar as medidas adotadas na Alemanha.

Cinemas, teatros, academias e piscinas também serão fechados, mas o governo alemão permitiu que as lojas permaneçam abertas desde que mantenham limite de atendimento de uma pessoa a cada 10 m² nos estabelecimentos. Eventos esportivos profissionais só serão permitidos sem espectadores.

Ontem, o país bateu recorde de casos diários, com 14.964 novas infecções em 24 horas, elevando o número total para 464.239, de acordo com dados do instituto de saúde pública da Alemanha. No sábado passado, o país ultrapassara a marca de 10 mil mortes pela covid-19.

A chanceler informou que o número de pacientes em UTIs dobrou nos últimos dez dias. Ela ainda explicou que o sistema de saúde do país consegue suportar a situação atual, mas que chegará ao limite se a pandemia continuar avançando.

A Suíça foi outro país a reforçar as restrições para conter o aumento de casos de covid-19. Também nessa quarta, o país determinou o fechamento de boates a partir de hoje. Além disso, em novembro as aulas presenciais nas universidades serão interrompidas. O governo também determinou o uso obrigatório de máscaras em escritórios onde não seja possível manter um distanciamento seguro, escolas secundárias e até mesmo ao ar livre, se as pessoas estiverem muito próximas.