Com estoques baixos, preço alto do feijão só deve recuar em maio

Cascavel – Feijão com arroz é a combinação perfeita no prato de qualquer brasileiro. O Brasil é considerado, atualmente, um dos maiores consumidores de feijão do planeta. Mas, nos últimos meses, o consumidor tem relutado e pensando duas vezes antes de colocar o grão no carrinho do supermercado. De janeiro até agora, o reajuste nos preços chegar a quase 50%. O o produtor e engenheiro agrônomo, Airton Cittolin, destaca que, em relação ao feijão 1ª safra, o relatório de março do Deral (Departamento de Economia Rural), vinculado à Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento), projeta uma produção de 197,4 mil toneladas, 1% acima das 195,6 mil toneladas registradas na safra anterior no Estado.

Conforme Cittolin, o feijão 1ª safra já foi todo colhido. A combinação de seca com o frio afetou as primeiras colheitas. A situação passou a ser mais favorável na fase final e é justamente por esse motivo, que os preços tiveram um salto, refletindo no bolso do consumidor. “Hoje o estoque de feijão é baixo, traduzindo-se como fator principal para a elevação dos preços”, comenta o produtor de feijão. A saca de 60 quilos do feijão carioca está cotada a R$ 400 e 290 do feijão preto. “O preço do feijão deve se manter nesse patamar nos próximos meses e sofrer uma retração a partir do início da colheita, entre maio e junho”, pontua Cittolin.

Sobre a demanda, em virtude dos preços altos, o comprador tem optado pela aquisição mínima para repor o estoque. A área plantada de feijão 1ª safra foi estimada em 115 mil hectares, ou seja, 17% abaixo dos 139,3 mil hectares plantados na safra anterior (2021/22). A produtividade estimada é de 1.717 quilos por hectare, uma alta de 1.404 quilos por hectare da safra 2021/22.

Cautela

Já sobre o feijão 2ª safra, o Deral estimou em seu relatório de março uma produção de 588,8 mil toneladas, 5% acima das 561,5 mil toneladas na safra anterior 2021/22. “A cultura acabou de ser plantada e creio que esse prognóstico de produtividade maior não vai superar a do ano passado, foi plantada tarde, fora de época”, comenta o engenheiro agrônomo. Em relação à produtividade maior comparativamente ao ano passado, ele prefere adotar a cautela. “Agora está faltando chuva. Se chover nessa semana já será favorável. O que não pode ocorrer é demorar muito para o surgimento das precipitações pluviométricas”.

A área plantada com feijão 2ª safra foi estimada em 295,9 mil hectares, 12% abaixo dos 338 mil hectares plantados na safra anterior. A produtividade estimada em 1.990 quilos por hectare, ante os 1.670 quilos por hectare da safra 2021/22.

O plantio da 2ª safra de feijão atingiu 100% no fim de março. Conforme o mais recente boletim, 95% das lavouras apresentam boas condições e 5% em condições médias, nas fases de germinação (67%), crescimento vegetativo (27%), floração (5%) e frutificação (1%).