Cascavel – Apesar do clima favorável para o trabalho de operação de máquinas no campo, a colheita de milho enfrenta um severo atraso em todo o Estado do Paraná. Por enquanto, apenas 6% dos grãos foram retirados do campo, e o resultado não é nada positivo: 22% em situação ruim, 49% média e 29% boa, aponta a Seab (Secretaria de Estado da Agricultura).
Para se ter ideia, só na região de Cascavel, no mesmo período do ano passado, 40% da área com a cultura já estavam colhidos. Agora, apenas 5% do milho foi retirado das lavouras, conforme levantamento preliminar do Deral (Departamento de Economia Rural). “O atraso no plantio e a estiagem durante o desenvolvimento da planta fizeram com que a colheita também atrasasse”, explica a economista Jovir Esser, do Deral.
Na safra passada, a área produtiva era de 376.685 hectares e caiu para 300 mil hectares: redução de 20%, acompanhada também de queda em produtividade. A safra 2016/2017 teve um rendimento de 1.942.158 toneladas de milho; já para esta safra, a estimativa é colher 1.470.000 toneladas, diminuição de 24%, no Núcleo de Cascavel do Deral.
Esses dados acompanham a média estadual: no Paraná, a área plantada de milho foi de 2.410.914 hectares, na safra 2016/2017, já na safra 2017/2018 foram dedicados ao milho 2.127.860 hectares, redução de 12%, com isso a produção também sofrerá impacto negativo de 29% – foram colhidas 13,2 milhões de toneladas de milho na safra anterior, contra 9,4 milhões de toneladas previstas para a safra atual.
O clima mais seco das últimas semanas tem contribuído para a maturação dos grãos e auxiliado na colheita. “Com o tempo mais seco acreditamos que mais produtores possam iniciar os trabalhos e assim até meados do mês de agosto possamos estar encerrando a colheita”, afirma Jovir.
PRODUTIVIDADE
Segundo a economista do Deral, ainda não se tem uma média de produtividade do milho safrinha: a variação ainda pode ser grande. “Não temos como calcular um média, já que o número de lavouras colhidas ainda é pequeno e a produtividade de uma para a outra varia, indo de extremos de boa produção até números muito baixos”.
Foram poucos os ciclos de frio intenso, por isso, não houve impactos climáticos nesta safra, o que é considerado favorável, visto a redução significativa da área plantada. Apenas uma geada mais intensa foi registrada no início de junho na região. “O efeito da geada nas lavouras de milho na região foi insignificante”, afirma Jovir Esser.
Clima é favorável ao trigo
A estiagem ainda não atinge as lavouras de trigo na região de Cascavel, como acontece em outras áreas do Estado. A área prevista está totalmente plantada e 85% do trigo está em desenvolvimento vegetativo, 3% em geminação, 11% em floração e somente 1% em frutificação. A produção está estimada em 456.750 toneladas na área de abrangência do Deral em Cascavel. Outro fator favorável ao ganho da produtividade está relacionado ao aumento da área plantada de 49,6%. Na safra de 2016/2017 eram 96.920 hectares, já na safra 2017/2018 são 145.000 hectares.