São Paulo – O IBGE completou 93,6% da coleta – primeira etapa dos trabalhos do 11º Censo Agro do Brasil, o décimo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Até o fim de fevereiro, foram coletadas informações de 4.918.593 estabelecimentos agropecuários dos 5.252.354 inicialmente estimados pelo órgão.
Para o presidente do instituto, Roberto Luis Olinto Ramos, o IBGE atingiu a meta, uma vez que os cerca de 19 mil recenseadores envolvidos na operação censitária visitaram 7,2 milhões de endereços, quase 2 milhões a mais que os inicialmente listados, para identificar a existência ou não dos estabelecimentos.
Essa diferença ocorre porque o cadastro de endereços vai sendo atualizado na medida em que os recenseadores vão percorrendo o País: eles excluem os endereços que não caracterizaram um estabelecimento agropecuário e incluem outros que foram identificados e que não constavam da lista inicial. “Nosso objetivo inicial foi atingido. Tanto é assim, que o cronograma de divulgação dos primeiros resultados está mantido para o mês de julho”, comemora o presidente.
Olinto esclarece que ainda não é possível afirmar se houve alteração significativa no número de estabelecimentos em relação ao Censo realizado em 2006. “Passamos agora por uma fase de ajuste fino, com a apuração dos dados coletados e a crítica deles. Além disso, a coleta ainda permanece em algumas regiões, especialmente aquelas onde fatores climáticos afetaram seu andamento e nas áreas de difícil acesso, o que já era esperado pelo IBGE”, explica.
A crítica dos dados é um procedimento estatístico pelo qual se verifica se há coerência nas informações coletadas, minimizando-se, com isso, a possibilidade de erro. Portanto, em alguns casos, é preciso voltar ao estabelecimento agropecuário e aplicar novamente o questionário.
Áreas afetadas
Segundo o gerente do Censo Agropecuário, Antonio Florido, as unidades da Federação mais afetadas pelos fatores climáticos foram Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Acre, e outros em menor escala, onde as chuvas de verão dificultaram o acesso aos estabelecimentos a serem recenseados.
Há, ainda, as áreas indígenas, cujas visitas ocorrem com a intermediação da Funai (Fundação Nacional do Índio).
Divulgação
A divulgação dos primeiros resultados do Censo Agro está prevista para julho de 2018 e mostrará o perfil do produtor rural por sexo, idade, cor ou raça, alfabetização e escolaridade, utilização das terras, efetivos da pecuária, produção animal e vegetal, a forma de obtenção das terras, as práticas agrícolas utilizadas no estabelecimento, entre outros.
No Paraná, mais de 300 mil recenseados
Até o final de fevereiro, 303.228 estabelecimentos agropecuários foram recenseados no Paraná. A operação censitária no Estado contou com a participação de 1.490 recenseadores, que visitaram 471.565 endereços entre o início de outubro do ano passado e o dia 28 de fevereiro de 2018. As visitas servem para identificar a existência ou não de estabelecimentos agropecuários. Para se encaixar nessa definição, a propriedade precisa ter como objetivo a produção, seja para venda (comercialização da produção) ou para subsistência (sustento do produtor ou de sua família). Os dados do último Censo Agro, realizado em 2006, apontam para a existência de 371.063 estabelecimentos desse tipo no Estado.
A coleta continua em alguns locais do Paraná paralelamente à supervisão dos dados, que visa a minimizar possíveis inconsistências no levantamento. Esse tipo de situação já era previsto pelo IBGE, portanto, não se trata de prorrogação do prazo de recenseamento.