Ele culpou ?os generais? por uma operação que resultou na morte de um agente especial da Marinha no Iêmen; acusou o ex-presidente Barack Obama de fomentar protestos contra ele e de orquestrar vazamentos de informações de seu governo; responsabilizou o Judiciário por futuros ataques terroristas contra o país, e a mídia pela demissão de seus escolhido para a Segurança Nacional. Ele chegou mesmo a culpar o clima pela baixa presença de apoiadores durante sua posse. A única pessoa que Trump nunca parece culpar é a si mesmo.
? Após uma campanha focada no fato de você ser um vencedor, não se podem admitir contratempos ? justificou o historiador Douglas Brinkley.
Desde que tomou posse, Trump protestou contra ?notícias falsas? e ?vazamentos?, e continua a afirmar, sem qualquer evidência, que perdeu para a democrata Hillary Clinton no voto popular graças a milhões de eleitores ilegais. Quando um tribunal derrubou seus polêmicos vetos migratórios, ele alertou que o juiz e o Poder Judiciário deveriam ser responsabilizados ?se algo acontecesse?.
? Qualquer sugestão de que o presidente está tentando se esquivar da responsabilidade pelas decisões que toma diariamente no Salão Oval seria equivocada e falsa ? afirmou Lindsay Walters, uma porta-voz da Casa Branca.
Ao comentar a operação no Iêmen na qual o agente William ?Ryan? Owens morreu, Trump afirmou que a missão já havia começado quando ele chegou à Presidência.
? Meus generais são os mais respeitados que tivemos em décadas ? disse à Fox News. ? E eles perderam Ryan.
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O comentário rompeu com a longa tradição dos presidentes de assumir a responsabilidade por ações militares que resultam na morte de soldados. Mas culpar outros não é novidade para Trump. Durante a campanha, ele culpou um microfone por um desempenho ruim durante um debate, o serviço de Receita por sua decisão de não divulgar seu Impostos de Renda, e um estagiário por publicar uma mensagem zombando dos moradores de Iowa antes das primárias.
No entanto, ele insiste em receber crédito pelo que vai bem, mesmo se não tiver nenhuma ligação com os fatos. Pelo Twitter, Trump reclamou da imprensa que não atribuiu a ele uma minúscula queda na dívida federal, um número que flutua diariamente.
? Seja por uma alta do mercado de ações ou pela abertura de uma nova fábrica, o discurso é sempre ?eu, eu, eu? ? disse Brinkley.
Ex-porta-voz da campanha de Hillary, Jesse Ferguson afirma que o mesmo Trump que acreditava que não poderia ser responsabilizado pelo que fez antes de entrar para a política agora não acredita que deve ser culpado pelo que faz na vida pública.
? A ironia aqui é que ele é o ?Sr. Não me culpe?, mas também é o ?Sr. Quero crédito?.
