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Casal remonta avião e estuda transformá-lo em atrativo turístico: 'Um entretenimento para Morretes, gerando empregos, atraindo turistas'

Aeronave 'estacionou' em propriedade privada do município na última quarta-feira (1º). Apesar de terem interesse em criar novo atrativo, proprietários ainda não definiram data para execução

Casal remonta avião e estuda transformá-lo em atrativo turístico: 'Um entretenimento para Morretes, gerando empregos, atraindo turistas'

O “avião de Morretes”, que chamou a atenção nesta semana após ser transportado em uma carreta para uma propriedade privada do litoral paranaense, começou a ser remontado pelo casal de empresários que comprou a aeronave.

Como precisou ser parcialmente desmontado para chegar ao novo lar, o Airbus A318 está agora recebendo de volta estruturas e peças como asas e trem de pouso.

O processo deve demorar entre 10 e 15 dias, segundo os novos proprietários Fábio e Cláudia.

Apesar do estudo e do desejo, ainda deve demorar um tempo para a função turística do avião se concretizar. Segundo o casal, por enquanto, a intenção está “só no coração”.

“Pode ser que no futuro vire um entretenimento para Morretes, gerando empregos, atraindo turistas, enriquecendo a cidade. Mas no futuro”, explicaram.

Desde a última quarta-feira (1º), quando a megaoperação de transporte foi finalizada, o avião está estacionado no quintal da casa dos novos donos da aeronave.

“Foi uma surpresa essa repercussão. A gente sabia que não daria pra esconder o avião. Seria inevitável. Mas acho que tomou uma proporção que está sendo muito benéfica. Que vai agregar muito pra Morretes. A intenção é divulgar Morretes, para que visitem essa cidade encantadora e belíssima”, completou a empresária.

Avião comprado por casal de empresários foi deixado em uma propriedade particular, em Morretes — Foto: Denilson Beltrame/RPC

Avião comprado por casal de empresários foi deixado em uma propriedade particular, em Morretes — Foto: Denilson Beltrame/RPC

Morretes fica no litoral do Paraná e faz parte do roteiro turístico da estado. Apesar de estar na região litorânea, a cidade não tem praia e uma das tradições mais fortes é o turismo gastronômico com o Barreado – prato típico preparado com carne assada em panela de barro e cerrada com farinha de mandioca.

Por Morretes também passa a Estrada da Graciosa, inaugurada em 1873, que era usada, essencialmente, pelos tropeiros que passavam pelo estado.

A construção da estrada, inclusive, teve a participação ativa de Antônio Rebouças, que junto ao irmão, André Rebouças, foram os primeiros engenheiros negros do Brasil. Escute a história na edição 54 do PodParaná.

A população estimada da cidade, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 16.485 moradores.

Viagem por terra

O avião estava estacionado no aeroporto de São José dos Campos, no interior de São Paulo.

A aquisição da aeronave foi impulsionada pela paixão que o casal tem pela aviação, um sonho que começou a ser desenhado em meados de 2008, durante uma viagem que ambos fizeram para França e onde conheceram o Air and Space Museum, museu da aviação mais importante do país. Coincidentemente, o avião foi fabricado no mesmo ano da visita turística.

Os donos informaram que, quando a oportunidade de comprar aeronave surgiu, eles demoraram cerca de três meses para alinhar toda a logística que permitiu o transporte terrestre.

“Nós sabemos que é um privilégio que nós temos em ter na nossa residência um avião, no nosso quintal, numa ponta centenária, numa região onde também passa a Maria Fumaça”.

 

Quando chegou a Morretes, foi grande a mobilização para que o avião “estacionasse” na propriedade, operação que contou com o apoio, inclusive, da Polícia Militar no controle de trânsito, e da Copel, com levantamento de cabos de energia.

Fabricado em 2008, o avião voou até 2013 pela empresa Línea Aérea Nacional de Chile. Depois, até 2018, passou a ser utilizado para viagens da Avianca, companhia aérea que faliu em 2019.

Segundo os proprietários, o avião tem capacidade para até 120 passageiros. Hoje, por não ter as turbinas, a máquina está inoperante.

(G1 Parnaná)