Malas prontas, carro revisado, água e petiscos ao alcance da mão. O que não estava nos planos da viagem da família rumo ao litoral era o cachorro vomitar todo o banco traseiro. Embora extremamente desagradável – e agora espere um mês inteiro para se livrar do cheiro nos estofados – seu cão não é o único a passar por esse problema. A questão é que muitos proprietários são pegos de surpresa por ter sido a primeira viagem de longa distância de seu pet. Porque uma coisa são passeios curtos na cidade, outra é uma estrada. E lá vai a família aguentar duas horas com o vômito no carro, isso se o efeito não for em cadeia: filhos, sentindo o cheiro ácido do conteúdo estomacal, não raro seguem o mesmo destino. Aí deu: o passo virou drama.
A boa noticia é que enjoos de cães, na maioria dos casos, têm cura. Se seu animal é um filhote, ele ainda precisará de algum tempo para se adaptar. Via de regra, cães adultos já se acostumaram a viagens de algumas horas e descobriram, junto com seus donos, técnicas para amenizar a sensação de desconforto causada pelo balanço do automóvel.
Porém, alguns motoristas não facilitam muito a vida de seu cães. Alta velocidade, carro fechado e curvas acentuadas contribuem claramente para a tontura de seu cão, que começa a ficar ofegante, salivar e até mesmo se agitar antes de finalmente colocar tudo para fora.
É necessário uma auto avaliação do que está sendo feito pelo motorista para que o animal enjoe, corrigir a falta e assim permitir uma viagem tranquila e sem atropelos. Uma ajuda para que o cão se acostume gradualmente a estar dentro de um carro em movimento. Feito isso, ainda é importante estar atento ao horário de saída programado e não fornecer água nem alimentos pelo menos uma hora antes da viagem.
O ideal é promover algumas paradinhas estratégicas ao longo do percurso, a cada hora, por exemplo, dependendo da sensibilidade do animal. Descer do carro (usando uma guia) e deixá-lo caminhar no solo e cheirar a grama são outras técnicas que tem sido eficientes. Alguns cães obtém certo conforto se ficarem sentados no banco traseiro sem olhar a movimentação da rua. Outros, ao contrário, sentem-se melhor com a janela aberta, quando então recebem algum vento, mas jamais permita que ele esteja solto no veículo e com metade do corpo para fora, pois corre o risco de cair no asfalto e provocar acidentes.Para alguns cães, contudo, viajar pode significar um grande martírio. Há cães que não gostam de carro de jeito nenhum, se assustam com o motor ou relacionam transporte com alguma sensação ruim, uma experiência assustadora a ponto de cultivarem extrema aversão a veículos. Para estes pets, talvez seja interessante conversar com um veterinário e ver a necessidade de administração de medicação para controlar o vômito.
Para quem teve a infelicidade de passar por essa experiência na ida para o litoral, vale lembrar que forrar o banco de trás com material impermeável, de fácil remoção, salva não apenas seu estofado, mas também o bom humor de quem viaja ao lado do mascote.