Taxa de ocupação de UTIs atinge 87%

Foz do Iguaçu – A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) informou nessa quarta um total de 2.698 pacientes internados em leitos exclusivos para o tratamento da covid-19, cerca de 20% a mais do registrado no pico da pandemia.

O aumento de internamentos se reflete diretamente na ocupação de leitos, que também alcançou taxa recorde de 87% de UTI SUS Covid ontem. Já na Macrorregional Oeste, a taxa aumentou seis pontos percentuais e chegou a 76%. Em Foz do Iguaçu e Toledo a situação também está crítica.

O número de pessoas com o vírus ativos, com capacidade de transmissão, também é recorde, e alcançou 74.355 ontem.

O aumento da demanda de pacientes graves em Foz do Iguaçu levou o diretor do Samu, o médico Moisés Carvalho dos Santos, alertar para a proximidade de colapso no sistema. “Estamos em uma situação no limite. Ainda estamos conseguindo colocar o doente no leito em situação grave, mas o sistema já transbordou, e agora já está gota a gota, pronto para derramar”.

Ele cita ainda a contaminação de profissionais da saúde: “Vários profissionais estão se contaminando, bem nesse momento que a pandemia está recrudescendo. Isso é muito importante, é muito significativo, porque diminui o tamanho da equipe de atendimento, e dificulta e causa demora no atendimento do paciente que precisa”, reforça.

Com mais 1.724 novos casos e 1.469 retroativos, o Paraná chega a 285.837 infectados desde o início da pandemia. Ontem também foram relatadas 29 mortes em decorrência da covid-19, elevando para 6.188 pessoas que faleceram.

Sobrecarga x leitos

O diretor-presidente do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, Sérgio Fabriz, relata a sobrecarga no sistema de saúde, com taxas de ocupação de UTIs acima dos 90% há dias. “Estamos com sobrecarga. Ainda não é possível afirmar que se vislumbra um colapso com a situação como está, mas, como a covid-19 é uma doença muito complexa, eu não posso garantir que não haverá, pois podem aparecer 50 pacientes graves que precisam de leitos e o sistema colapsar. Temos ampliado leitos na medida do possível com auxílio do Estado, que enviou equipamentos e está custeando dez leitos de UTI, mas a abertura de novos depende da contratação de médicos e temos enfrentado dificuldade de encontrar profissionais, especialmente para atuar em UTIs. Apostamos em um achatamento da curva para equilibrar a situação novamente”.

Por outro lado, Fabriz diz que houve uma queda recente na coleta de exames, o que pode sinalizar para redução do contágio. “Tivemos na terça e na quarta redução de coletas de exames, o que pode ser um bom indicador. Estávamos com uma média de 500 coletas por dia e nos dois últimos passamos para 350/dia. A baixa pode sinalizar uma redução de contaminação, quem sabe já seja o reflexo de um maior cuidado que a população vem tendo”, avalia.