Os cem mil professores e funcionários de escolas das 2,1 mil escolas do Paraná divulgaram nesta terça-feira (4) a proposta de “lockdown definitivo” por ao menos 21 dias e vacinação acelerada antes de retornar às aulas presenciais.
“Não há protocolo seguro para retorno das aulas presenciais neste momento”, afirmou o pesquisador Lucas Ferrante, do INPA, ouvido pela entidade do magistério.
Com base nesse parecer do cientista do INPA, a APP-Sindicato, que representa os educadores das escolas estaduais e também municipais de mais de 200 cidades, não é favorável ao retorno presencial das aulas neste momento:
- Não há condições estruturais nas escolas para qualquer retorno;
- Faltam profissionais para o devido acompanhamento dos estudantes – o governo demitiu, na última sexta (30), cerca de 8 mil funcionários;
- Os dados mostram que a pandemia não acabou, pelo contrário, os casos estão estabilizados em um patamar ainda muito alto;
- A circulação de cerca de um milhão de estudantes (somente da rede estadual) e 120 mil profissionais provocará ainda mais contaminação;
- Boa parte destes alunos convive com pessoas do grupo de risco;
- O governador anunciou que só retomaria as aulas com a vacinação de profissionais da educação.
O sindicato ouviu especialistas e pesquisadores que apontam não haver tendência de queda nos números da pandemia e que, por conta da vacinação estar em um ritmo ainda muito lento, há uma tendência de surgimento de outras variantes do vírus ainda mais resistentes. O caminho, segundo esses especialistas, é um lockdown definitivo de, pelo menos, 21 dias e aceleração do ritmo da vacinação.
“Não há protocolo seguro para retorno das aulas”, afirmou Lucas Ferrante, pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – ligado à Fiocruz). Ele afirma que ainda não é o momento dessa retomada e que, caso o governo insista nisso, as consequências serão o aumento do número de casos e de mortes em um curto espaço de tempo.
O INPA previu, através de cálculos estatísticos com dados da pandemia, o caos em Manaus e também orientou a Prefeitura de Curitiba no auge do colapso em março.
A APP-Sindicato solicitou ao INPA uma matriz de dados sobre a pandemia em 10 regiões do Paraná e apresentará o resultado desta pesquisa nesta quarta (5), às 10h, em uma coletiva de imprensa com a participação de Lucas Ferrante.
O Sindicato afirma que continua a defender a vida de profissionais, estudantes e comunidade em geral.” Queremos o retorno das atividades presenciais e o retorno à normalidade, mas tem que acontecer com vacina para todos e segurança sanitária. No momento, não há estas condições”, assevera a APP-Sindicato.
Fonte: Blog do Esmael