Curitiba – O Comitê de Volta às Aulas apresentou ontem (30) o protocolo de retorno das aulas presenciais no Paraná. O protocolo trouxe detalhes sobre como vai funcionar o retorno das atividades presenciais quando for autorizado pelas autoridades da Secretaria da Saúde. Também estabelece a participação dos pais em uma consulta sobre o modelo de retomada.
Elaborado após 33 horas de reuniões, o plano abrange todas as medidas de segurança sanitária, escalona a volta das turmas e estabelece que a retomada das aulas presenciais só acontecerá com autorização da Secretaria da Saúde.
A reunião on-line, ontem, contou com a participação de todos os integrantes do Comitê. O chefe da Casa Civil, Guto Silva, destacou a importância da finalização deste documento por parte do Comitê. Para Silva, esta é uma preocupação global e a participação do Paraná nesta discussão é essencial: “A Unesco está preocupada com a volta às aulas. E esse comitê representativo trata justamente disso, dessa preocupação global. O governo do Estado tem também a preocupação com o alongamento da crise”, destacou Silva.
Consulta aos pais
A Secretaria da Educação fará consulta com os pais de estudantes da rede estadual e orientou às demais redes (municipal e privada) a fazerem o mesmo. A consulta tem objetivo de entender em qual modelo os pais se sentem mais seguros em manter seus filhos, se presencial ou apenas remoto. A resposta vai permitir que a Secretaria e as demais redes se organizem para cumprir o protocolo com estrutura e pessoal adequado.
Híbrido e escalonado
O ensino híbrido será adotado. As aulas remotas permanecem diariamente e as aulas presenciais ocorrerão de forma escalonada. Para isso, os estudantes serão divididos em grupos, que farão revezamento, permanecendo por uma semana em aulas presenciais e por uma semana em aulas remotas (on-line).
A retomada de conteúdos também é uma das preocupações do protocolo, com atividades, recuperação e atendimento de estudantes com maior dificuldade.
Já os horários de entrada e saída, e o intervalo/recreio devem ser redefinidos e intercalados, de modo a evitar a aglomeração e a circulação simultânea de grande número de alunos nas áreas comuns e nos arredores do estabelecimento.
Quando a data for definida pela Secretaria da Saúde, o protocolo prevê um retorno gradual, por faixa etária, na seguinte ordem: estudantes do 3º ano do Ensino Médio e 9º ano do Ensino Fundamental; depois os estudantes do Ensino Médio; em seguida do Ensino Fundamental I e II, e, por último, os estudantes da Educação Infantil.
O protocolo
Dentre as principais medidas sanitárias previstas pelo protocolo estão a compra de insumos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para todos. Só para a rede estadual serão adquiridos:
- 5 milhões de máscaras de tecido
- 200 mil litros álcool em gel por mês
- 200 mil litros de álcool 70% por mês
- 95 mil luvas
- 10 mil termômetros
- 15 mil toucas
- 105 mil dispensers
- 15 mil macacões
- 15 mil botas
Cascavel cogita reabrir escolas
Já em Cascavel, a reabertura das escolas privadas já está sendo cogitada. Com a quinta semana seguida de queda de novos casos de contaminados pelo novo coronavírus, Cascavel prevê ampliar a reabertura das atividades, o que inclui as escolas privadas e eventos particulares. Além disso, apenas as casas noturnas continuam fechadas. A análise efetiva deve ocorrer após o fechamento da próxima semana.
Para o presidente do Sinepe (Sindicato das Escolas Particulares) Regional Oeste, Gelson Luiz Uecker, a decisão de Cascavel pode incentivar outros municípios a seguir o mesmo caminho.
Ele aguarda o agendamento de uma reunião com representantes do Município para discutir a possibilidade de retomada. Cascavel é um dos 46 municípios que receberam ofício do sindicato solicitando a retomada gradual das aulas, iniciando pela educação infantil. “Esperamos essa reunião para haver uma definição. Nós estamos preparados para o retorno, com todos os protocolos definidos e as adaptações necessárias realizadas. Inclusive, entramos em contato com escolas de Manaus, que têm situação de casos semelhante à nossa e já está na quarta semana de retomada sem registro de aumento expressivo de casos. Comparamos os protocolos seguidos lá e são semelhantes aos que serão adotados aqui”, assegura.