Saúde

Governo deve assinar contratos de compra de vacina dos laboratórios Pfizer e Janssen na próxima semana

O governo vinha resistindo à compra de vacinas da Pfizer sob o argumento de que o laboratório impunha condições "draconianas"

10/11/2020
REUTERS/Dado Ruvic
10/11/2020 REUTERS/Dado Ruvic

O Ministério da Saúde decidiu nesta quarta-feira (3) assinar contratos para compra de vacinas contra a covid-19 dos laboratórios Pfizer e Janssen, segundo informaram integrantes da cúpula da pasta.

Os contratos estão em fase de elaboração e devem ser assinados até o início da próxima semana, com determinação da quantidade de doses a serem entregues.

Em reunião na tarde desta quarta com representantes da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou à entidade que a elaboração do contrato com a Pfizer está em andamento e que o ministério está em negociações com a Janssen.

A vacina da Pfizer é a única que tem registro definitivo aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A da Janssen recebeu aprovação de autoridades sanitárias de outros países. Outras vacinas avaliadas pela Anvisa — como a CoronaVac e de Oxford, as duas que atualmente estão sendo aplicadas no Brasil — receberam somente a autorização para uso emergencial.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse em apresentações recentes a prefeitos e governadores que a negociação seria para compra de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer. A entrega da primeira parcela de 8,71 milhões de doses seria feita em julho e o restante em outubro e dezembro.

O governo vinha resistindo à compra de vacinas da Pfizer sob o argumento de que o laboratório impunha condições “draconianas”. A principal queixa do Ministério da Saúde era a de que a Pfizer não se responsabiliza por eventuais efeitos colaterais da vacina.

A decisão pela compra das vacinas dos dois laboratórios foi tomada em razão da aprovação nesta terça (2) pela Câmara de projeto que facilita a compra de vacinas por União, estados, municípios e empresas.

Segundo o projeto aprovado, enquanto durar a emergência em saúde pública causada pela covid-19, os três entes federativos estarão autorizados a comprar vacinas e a assumir riscos relacionados a eventuais efeitos adversos pós-vacinação desde que a Anvisa tenha concedido registro ou autorização temporária de uso emergencial das vacinas adquiridas.