Saúde

Chegada atrasa e vacinação começa hoje

De Cascavel, os produtos ainda seriam despachados às regionais de Toledo e Foz do Iguaçu

Paraná imunizado, distrubuição das vacinas para regionais de saúde no Cemepar
Foto: Gilson Abreu/AEN
19.01.2021
Paraná imunizado, distrubuição das vacinas para regionais de saúde no Cemepar Foto: Gilson Abreu/AEN 19.01.2021

Cascavel – A chegada das primeiras doses da vacina contra a covid-19, prevista para as 16h de ontem ao aeroporto de Cascavel, foi frustrada pelas condições climáticas. A aeronave do governo estadual que traria as doses não conseguiu decolar de Pato Branco e, por isso, o governo do Estado optou pelo transporte terrestre, garantindo assim que as doses chegassem na noite de ontem à região. De Cascavel, os produtos ainda seriam despachados às regionais de Toledo e Foz do Iguaçu. É de cada regional que ocorre a distribuição para os municípios.

O atraso frustrou os planos de prefeitos que pretendiam fazer a solenidade de início da vacinação ontem.

De acordo com o diretor da 10ª Regional de Saúde, João Gabriel Avanci, somente as doses destinadas a Cascavel pernoitariam no prédio da regional. As dos outros municípios seriam transportadas aos destinos tão logo chegassem.

Uma aeronave até chegou a Cascavel, por volta das 16h, mas trazia apenas o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

No aeroporto, ele conversou com a imprensa e esclareceu que, nesta primeira remessa, só está sendo entregue aos municípios a primeira dose, e que a segunda ficará em Curitiba, onde há uma estrutura ampla de armazenagem, até o prazo da aplicação. “Dentro de 10 a 15 dias vamos distribuir a segunda dose. É importante esclarecer que a Coronavac tem esse curto período de tempo entre a primeira e a segunda aplicação e, por isso, optamos por não vacinar um número maior de pessoas agora e esperar outro estoque para a segunda dose. Nós vamos garantir que quem tomar a primeira dose vai ter a segunda garantida”, ressaltou.

Das 265.600 doses que o Paraná recebeu, metade ficará guardada para a segunda aplicação. Dessa primeira remessa, as Regionais de Cascavel, Toledo e Foz receberão 18 mil vacinas para imunizar 17.893 pessoas, o que representa 1,31% da população total do oeste. Elas fazem parte do grupo prioritário, que tem profissionais da saúde da linha de frente do combate ao novo coronavírus, idosos em instituições de repouso e indígenas.

As regionais de saúde informaram que a distribuição das doses aos municípios ocorre hoje pela manhã, assim como o início da campanha nos municípios. Em Cascavel, o ato simbólico que marca o início da imunização será às 11h no Centro de Eventos. Em Foz do Iguaçu, o início de aplicação está marcado para as 7h30 no Hospital Municipal. Em Toledo, o ato que marca o início da imunização ocorre às 8h, no Cento Cultural Ondy Hélio Niederauer.

 

Reserva para plano B

O secretário Beto Preto afirmou que a previsão do Estado é que, até o fim de maio, mais de 4 milhões de pessoas sejam vacinadas com as vacinas distribuídas pela União, mas alertou para possíveis atrasos.

Questionado sobre o risco de não haver vacinas, ele destacou que o Paraná tem uma reserva que pode ser utilizada, se necessário. “A Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado fizeram um esforço financeiro e colocaram R$ 200 milhões em uma reseva técnica no Fundo Estadual de Saúde para, se a chegada da vacina atrasar, possamos utilizá-los. Mas nós acreditamos que o Plano Nacional de Imunização vai dar conta. É muito melhor o governo federal comprar doses para 210 milhões de pessoas do que o governo do Paraná desembolsar para 11,5 milhões de pessoas. Nós vamos comprar em uma situação infinitamente mais cara do que o governo federal, que consegue comprar para todos”, destacou Beto Preto.

Ele também ressaltou a possibilidade da aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de outras vacinas e afirmou que o Estado tem capacidade de armazenamento de cerca de 300 mil doses.

 

Sem desculpas

Beto Preto frisou que a vacina não pode ser utilizada com álibi para o descuido com os cuidados sanitários, uma vez que poucas pessoas serão imunizadas neste momento e lembrou que os casos e as mortes pela doença apresentam aumento, como resultado das festas de fim de ano. “Se não continuarmos com as medidas preventivas, como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social, fatalmente teremos dificuldade. Os números estão aumentando de uma semana para cá, reflexo do fim do ano e da temporada de veraneio. Então eu insito para a necessidade de continuarmos tomando todos os cuidados que estão presentes no dia a dia desde o início da pandemia”, frisou o secretário.

 

Fiscalização

O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, pediu para que a população auxilie na fiscalização da imunização para que não haja a possibilidade de desvio de conduta do plano. “Essas vacinas precisam ser respeitadas e seguir o protocolo definido. Não vamos aceitar manchar esse momento com nenhum tipo de possibilidade de desvio de finalidade de público”, disse, durante coletiva de imprensa.

O Estado está montando uma página na internet sobre a campanha de vacinação contra a covid-19, que deve reunir informações sobre quem está recebendo a vacina.

 

Beto Preto diz que não há previsão para retomar cirurgias eletivas

Durante a coletiva, o secretário de Saúde, Beto Preto, citou a elaboração de um plano para realização de mutirões de cirurgias eletivas, que permanecem suspensas nas redes pública e particular. “Continuamos com as cirurgias eletivas suspensas. Neste momento, ainda é muito perigoso, um risco desnecessário, além do uso de medicamentos que são necessários para o tratamento de pacientes com a covid-19. Mas um assunto que vai vir num próximo momento muito forte é a realização de um mutirão de cirurgias eletivas. Estamos trabalhando nisso. Será uma preocupação de todos os prefeitos e vamos buscar apoio nos hospitais parceiros que estão sendo pilares fortes nesse momento no atendimento e terão que nos auxiliar na realização das cirurgias”, garantiu.

O investimento deve ser do Estado e do governo federal. “Para cada real investido do governo federal, nós nos comprometemos a colocar mais um real, dobrando o valor destinado a isso. Mas, diante da pandemia que enfrentamos há dez meses e meio, teremos que fazer um investimento muito maior e vamos cobrar do governo federal também esse assunto”, complementou Beto Preto.

 

Foto: GILSON ABREU/AEN