Cascavel – Detentor de um dos maiores grupos comerciais do Paraná – com transportadora, atacado de alimentos, atacado de materiais de construção, móveis, produtos agrícolas e até uma emissora de TV a cabo -, o empresário João Destro terá uma das principais estruturas leiloadas hoje pela Justiça Federal.
O acúmulo de débitos em impostos – boa parte oriunda de multas da Receita Federal – levou à tomada do prédio que fica em frente ao Trevo Cataratas, no entroncamento das BRs 277, 467 e 369, em Cascavel.
O leilão envolve novamente apuração de supostas declarações de créditos de ICMS inexistentes da empresa Comercial Destro Ltda, sede em Foz do Iguaçu e filial em Curitiba. No início deste ano, ele foi absolvido de uma condenação de dois anos e quatro meses de reclusão por crime contra ordem tributária, pelo Tribunal de Justiça, devido à prescrição do caso. Embora tenha vencido o primeiro processo, outro estava em andamento.
O local onde já funcionou o “Armazém da Maria” e a sede da Destro Macroatacado foi avaliado em R$ 93,8 milhões e será ofertado por lances mínimos de R$ 46,9 milhões. A área possui 34 mil metros quadrados: consta área construída de 16,7 mil metros quadrados – com estrutura administrativa, refeitório, auditório, guaritas, centros de distribuição, salas de motoristas e estacionamentos.
Destro, nascido em Erechim (RS), veio a Cascavel com 16 anos e em 1964 abriu um comércio de secos e molhados, que logo se transformou em um prestador de serviços de estocagem, distribuição, logística e inteligência comercial. Ontem o empresário estava internado se recuperando de uma cirurgia cardíaca. Ele não quis falar sobre o assunto.
O leilão ocorre presencialmente hoje, às 14h, na Associação Comercial e Industrial de Cascavel.
Suspender leilão
Em Foz do Iguaçu, o advogado Rafael Massignan, contratado pelo grupo Destro, tentava impedir a continuidade do leilão. Ele alega que o processo que tramita na Justiça Federal em Foz tem direito de sigilo fiscal, porém confirma que o leilão seja uma consequência de débitos de impostos federais que são discutidos de maneira jurídica. “Acreditamos que até hoje [ontem, 19h] tenhamos anúncio da suspensão do leilão. O processo atual é semelhante a outro que já obtivemos extinção. Por isso utilizamos a mesma defesa. O grupo não se nega em pagar, no entanto, discute o valor cobrado”, explica o advogado.
Até o fechamento desta edição ele não havia confirmado êxito na pendenga jurídica.