Política

Paraná tem superávit de R$ 626 milhões, mas teme quebradeira

Curitiba – Apesar dos impactos da pandemia do novo coronavírus, o governo do Estado fechou o segundo quadrimestre do ano com superávit primário de R$ 666,99 milhões, segundo dados divulgados ontem pelo secretário da Fazenda, Renê Garcia Júnior, em audiência pública na Assembleia Legislativa. O secretário, porém, destacou que, mesmo com o resultado positivo, há expectativa de piora do cenário em 2021, com o fim do auxílio emergencial do governo federal e a retomada da cobrança das dívidas dos estados com a União.

Ele também alertou para um dado preocupante: 25% das pequenas e médias empresas do País correm o risco de fechar as portas.

“Há uma previsão no País que até 25% das pequenas e médias empresas correm o risco de encerrar suas atividades nos próximos meses e em 2021. É esperado o acirramento de falências e vai haver dificuldade de operacionalizar o nível de produção de alguns setores justamente por essa queda de atividade provocada pela crise”, especificou.

Segundo Garcia Junior, o impacto da crise pandêmica sobre o Estado neste ano foi minimizado por alguns fatores, em especial o auxílio federal emergencial aos trabalhadores e o Programa de Manutenção do Emprego e da Renda, que evitaram uma queda mais drástica no consumo das famílias. Também citou o repasse de recursos aos estados, que veio acompanhado, também, da suspensão do pagamento do serviço da dívida com a União.

Ele lembrou que o impacto provocado pela pandemia vai gerar uma queda de 7,8 pontos percentuais no PIB nacional, que deve fechar o ano no pior valor da série histórica. Além disso, as previsões para 2021 apontam para um crescimento de 3,5%, sobre uma base bastante deprimida de 2020 – o que aumenta os indicadores de incerteza sobre a economia.

As contas

A receita corrente no Paraná de janeiro a agosto de 2020 foi de R$ 27,3 bilhões, aumento real de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, a receita com impostos, taxas e contribuições de melhoria foi de R$ 15,7 bilhões até agosto, queda real de 4,5% em relação ao mesmo período de 2019. A principal frustração é de ICMS, que representa quase 90% da receita total do Estado: a arrecadação até agora foi R$ 1,5 bilhão menor do que previsto na Lei Orçamentária Anual 2020.

Já as despesas cresceram 3%, somando R$ 24,9 bilhões.