Cascavel – 2024 será um dos anos políticos mais movimentados em Cascavel dos últimos tempos. Sem o bem avaliado Leonaldo Paranhos na disputa pela Prefeitura, alguns ‘players’ já bem conhecidos no meio político irão se “digladiar” em busca da cadeira de prefeito de Cascavel. Um dos nomes cotados para disputar as eleições municipais do ano que vem é o do deputado estadual Marcio Pacheco (Republicanos), que já disputou a cadeira em duas oportunidades e em ambas ficou com a segunda colocação.
A reportagem do O Paraná conversou com o parlamentar, que fez um balanço do ano de trabalho na Assembleia Legislativa e também contou sobre as expectativas para o próximo ano.
Terceiro mandato
Em 2023, o deputado Pacheco iniciou seu terceiro mandato como deputado estadual pelo Paraná. Na avaliação do ano político de trabalho, Pacheco destacou duas ações em especial, a primeira que foi a formatura de mais de 300 policiais militares em Cascavel, fruto da Escola de Formação da Polícia Militar e, em segundo, que foi o investimento no Centro de Habilitação e Saúde da Apae de Cascavel.
“A escola de formação da Polícia Militar do Paraná é uma conquista nossa; é a terceira escola no Paraná que nós trouxemos para Cascavel numa luta de mais de 3 anos e que agora conseguimos já ter os primeiros frutos concretos com a formação de mais de 300 policiais militares. E uma outra ação que me deixou também emocionado, foi essa conquista mais recente agora anunciada, que é a gente ter conseguido liberar R$ 1,8 milhões para a conclusão do Centro de Habilitação e Saúde da Apae, que era uma obra que teve milhões de investimentos. Foi um ano inteiro de luta.”
Entre os projetos de lei aprovados na Alep, o parlamentar destaca o projeto que institui no Paraná o Dia do Terço dos Homens. “Para quem não vive a fé, por exemplo, a fé católica não sabe, mas quem vive teve um impacto muito forte na vida dessas pessoas.”
Pré-candidato a Prefeito
Marcio Pacheco diz acreditar que todas essas ações que realiza como deputado estadual pavimentam uma eventual candidatura dele à Prefeitura de Cascavel em 2024. “Eu estou no nono ano de Assembleia Legislativa, terceiro mandato como deputado estadual, 11 anos de vida política, dois anos como presidente da Câmara de Cascavel, onde fizemos realmente uma revolução na maneira de gerir o recurso público, na maneira de lidar com o servidor público, com o respeito que ele merece. Então, toda essa caminhada política na Câmara, a caminhada política na Assembleia Legislativa, esses resultados objetivos que a gente trouxe, a experiência, a maturidade política. Acredito que, sim, que com certeza ajuda a consolidar esse projeto que já vem desde lá de trás”, disse.
Pacheco lembra que “já disputei duas eleições, em 2016, e a eleição em 2020, nas duas fiquei em segundo lugar e agora que o Paranhos não é mais candidato a prefeito, tem um momento que a gente encontra um eco muito importante na população. As pesquisas têm colocado o nosso nome sempre na ponteira, sempre nas melhores posições para a Prefeitura de Cascavel, então é um projeto que está em construção, com maturidade, com experiência, mas principalmente com humildade e com acolhimento.”
Pelo Republicanos?
O projeto político de Marcio Pacheco para ser prefeito é antigo e, a cada eleição, o parlamentar se prepara para a oportunidade. Em 2024 como não terá o prefeito de Cascavel Leonaldo Paranhos na disputa, Pacheco disse acreditar que será a sua vez. No entanto, em outubro deste ano, Pacheco sofreu um forte golpe em sua candidatura. Isso porque, o presidente nacional do Republicanos, partido de Pacheco, “abençoou” o vice-prefeito de Cascavel, Renato Silva, que é do mesmo partido, para ser o nome da sigla para a disputa da prefeitura em 2024.
“A política é feita de construção. Não existe a possibilidade de construir uma candidatura a uma cidade do tamanho de Cascavel com ‘flores no jardim’. São disputas, são espaços, há muitas nuances, existem muitos contextos que acabam, às vezes, colocando algumas dificuldades, mas ao mesmo tempo, como eu disse, tudo é uma construção”, ponderou.
De acordo com Pacheco, a questão partidária, por exemplo, nós temos no Partido Republicanos dois pré-candidatos e o partido, de alguma maneira acabou acenando para outra pré-candidatura e aí, evidentemente, eu busco viabilizar, porque é um projeto onde o meu nome tem tido um aceno da população. Muitos dizem que de fato o Pacheco é a bola da vez, é a vez do Pacheco ser prefeito. É evidente que um projeto desse tem que ser colocado para a população; a população é quem tem que ser a protagonista desse processo, a população é quem tem que fazer a escolha do candidato, que entende ser o melhor para o futuro de Cascavel.”
O deputado argumenta que ainda mantém a pré-candidatura e disse estar trabalhando para minimizar os impactos da escolha e, inclusive, poderá mudar de partido para disputar as eleições. “Evidentemente, mantém-se absolutamente viva a nossa pré-candidatura à Prefeitura de Cascavel. Estamos construindo o caminho que for necessário construir, existe a possibilidade de uma candidatura até mesmo por outra sigla partidária. Estamos trabalhando para minimizar ao máximo qualquer risco de prejuízo ao mandato que eu tenho na Assembleia Legislativa. A Constituição prevê isso, são pelo menos pelo menos dois caminhos: o próprio partido pode conceder uma anuência para que eu possa sair do partido, para que possa deixar o partido sem nenhum prejuízo ao mandato e uma outra possibilidade também, que é quando você consegue mostrar que houve uma justa causa para você eventualmente deixar o partido. Então, isso assegura uma migração de partido sem nenhum risco para o mandato que eu exerço hoje de deputado.”
Parceria emblemática com Quintino
Nas últimas semanas Marcio Pacheco e o vereador Rômulo Quintino se reuniram e fecharam um dos primeiros acordos entre candidatos para as eleições de 2024. A parceria que o próprio Pacheco classifica como emblemática também é o maior movimento político pensando nas eleições de 2024 realizado até agora, na avaliação do deputado.
“Esse projeto nosso é certamente uma parceria muito emblemática, muito forte, é o primeiro grande movimento político de Cascavel para essas eleições 2024. É a primeira declaração de alinhamento de dois grandes atores políticos. É algo realmente bastante significativo, você não tem nenhuma outra pré-candidatura que teve um movimento dessa envergadura, então, estou muito feliz. O Rômulo tem o meu respeito e nós vamos juntos avançar, trazer outros nomes para construir esse projeto, que é como eu disse e repito, por Cascavel, não é um projeto pessoal meu.”
Em outras oportunidades, Pacheco sempre disse que dentro do Republicanos não iria abrir mão da candidatura a prefeito para o correligionário Renato Silva. Quanto a questão com Quintino, a situação não deverá ser diferente. “Jamais você vai ver, não é o meu contexto, mas jamais você vai ver um deputado estadual que tem uma importância grande no estado, sendo, por exemplo, candidato a vice. Não é o meu caso, mas você nunca viu e nunca vai ver um deputado estadual sendo candidato a vice. Então essa possibilidade não existe, não é por causa de qualquer pessoa, é uma conjuntura política que não é razoável. Então essa possibilidade de fato ela não avança nesse projeto”, reafirmou.
“O vereador Rômulo, e estamos juntos para construir um projeto para Cascavel, naturalmente ele sabe da nossa pré-candidatura e evidentemente não acredito que houvesse dificuldade da parte dele de compor com a gente nessa conjuntura. Mas em nenhum momento ele coloca isso como condição. Ele também, assim como eu tem uma preocupação com o futuro de Cascavel; tem uma preocupação com o futuro político dele também. É uma pessoa que tem nome para se tornar, em breve, um deputado estadual, já foi muito bem votado, então é um projeto onde ele vem se somar, onde nós nos somamos.”
Ratinho e Paranhos
Apesar do governador do Paraná, Ratinho Junior, também já ter anunciado que o candidato apoiado por Paranhos seria o candidato do Governo do Paraná para a Prefeitura de Cascavel, no caso até o momento Renato Silva, Pacheco disse ainda acreditar no apoio do governador e também de Paranhos.
“Eu tenho dado sustentação ao Governo do Estado nesses últimos cinco anos na Assembleia Legislativa, projetos importantes que a gente ajudou o governo a construir esse bom momento que o Estado vive, um momento onde a gente vê investimentos de infraestrutura bastante importantes; o Estado está equilibrado, tem força, tem respeito, o governador tem aprovação, venceu no primeiro turno com uma votação expressiva e tudo isso é fruto também da nossa ajuda. Então eu sou base do Governo Ratinho Júnior e não haveria, no meu entendimento, nenhuma dificuldade do governador estar apoiando a minha possível candidatura à Prefeitura de Cascavel. O prefeito Paranhos, nós fomos adversários, nunca inimigos. Nas duas eleições de 2016 e 2020, passada a eleição, a gente teve a grandeza política de entender que eu sou deputado e que ele ganhou a eleição para prefeito e que, portanto, tenho que exercer o meu papel de deputado e ele, prefeito. Estivemos sempre alinhados e não é à toa que só nesse ano, como eu disse mais de R$ 15 milhões são frutos do meu trabalho na Assembleia Legislativa para ajudar na gestão do prefeito Paranhos. Então, não haveria nenhuma surpresa também que nós possamos estar juntos e trabalho por isso; espero isso. Então há toda uma sintonia, há toda uma possibilidade absolutamente real possível e sem nenhuma surpresa.”