O advento das redes sociais deu voz a muitos excluídos. Sem dúvida, um grande avanço no sentimento de democracia, quando todos podem dizer o que pensam, manifestar sua opinião, claro que sem fugir da responsabilidade do que diz.
Mas disso também nasce uma preocupação. A formação de opinião sem informação ou a partir de informações incorretas. Agora, um relatório do Instituto de Internet da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mapeia iniciativas do que chama de “manipulação do debate público” – detalhe – em todo o mundo.
Os autores identificaram entre 2010 e 2018 campanhas que visaram influenciar os cidadãos em polêmicas políticas e eleições em 48 países, às quais chamaram de “cibertropas”. Há casos em todos os continentes. O Brasil foi citado como um dos locais onde as “cibertropas” atuaram, tendo como referência as eleições de 2010. Os pesquisadores mapearam partidos e entidades privadas atuando para influenciar a disputa.
Uma situação que cresceu mais de 70% entre um ano, especialmente por parte de legendas políticas. E por uma razão: quem utiliza essa estratégia percebeu que ela dá resultado.
O combate a isso ainda resiste ante a preocupação com a repercussão. Recentemente, o próprio Facebook retirou páginas e perfis do ar por conteúdo falso. A reação foi imediata e os atingidos chamaram de censura.
A Justiça Eleitoral também tem quebrado a cabeça para tentar coibir as chamadas fake news. Elas têm uma disseminação muito grande e em pouco tempo espalham inverdades, desinformação e/ou fatos distorcidos.
O problema é que muitas pessoas não percebem que isso põe em risco os pilares da sociedade democrática. Nesse processo, é preciso que cada um seja mais responsável.