São Paulo – As ameaças de Washington de impor sanções ao Irã pela suposta autoria do ataque na Arábia Saudita fizeram Teerã subir o tom: qualquer ofensiva militar de Washington ou de Riad resultará em “guerra total”, advertiu o ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif. “Não queremos guerra, não queremos entrar em um confronto militar. Mas não piscaremos para defender nosso território”, garantiu ontem (19).
O ataque de sábado (14) contra instalações da estatal Aramco comprometeu 50% da produção de petróleo da Arábia Saudita e fez o preço do combustível disparar no mercado internacional.
Os houthis – grupo rebelde que tenta chegar ao poder no Iêmen com apoio do Irã – assumiu a autoria da ação, mas tanto sauditas quanto americanos descartaram a hipótese e apontam o dedo para Teerã.
Na quarta (18), o presidente americano, Donald Trump, anunciou que Washington vai endurecer “substancialmente as sanções contra o Estado iraniano”. De olho na reeleição, Trump adotou postura cautelosa e afirmou que considera uma guerra “a última opção”.
A Arábia Saudita mostrou destroços de drones e mísseis que, segundo o governo, representam “evidências inegáveis” da agressão iraniana.
À CNN, nessa quinta-feira, o diplomata iraniano responsabilizou os houthis, embora não tenha apresentado provas. “Eu sei que não fizemos isso e sei que os houthis fizeram uma declaração de que eles fizeram”, disse, ao defender que o grupo, oriundo de um país com altos índices de pobreza, teria capacidade de realizar uma operação sofisticada.