Cascavel – Um milagre a cada dia. Assim pode ser definido o trabalho da PRF (Polícia Rodoviária Federal) do Paraná. O motivo é o baixo efetivo da instituição, que, se levada em consideração à escala de trabalho, que é de 24 horas de serviço por 72 de descanso, coloca em média seis profissionais disponíveis em cada posto de atendimento.
De acordo com levantamento solicitado por O Paraná junto ao Nucom (Núcleo de Comunicação Social) do Paraná, o efetivo total da PRF no Estado é de 900 profissionais, divididos entre operacionais e administrativos, incluindo os que estão de férias ou afastados para tratamento médico ou outros motivos.
Ao todo são sete Delegacias Regionais, com sede em Colombo – região metropolitana de Curitiba -, Pato Branco, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guaíra e Londrina.
Pertencem à Delegacia de Colombo os postos de Fari (Contorno Leste), Taquari, Mandirituba, Araucária, São Luiz do Purunã, Wanser, Alexandra, Contenda e Alto da Serra.
A Delegacia de Pato Branco engloba quatro postos: um na sede, um em União da Vitória, um em São Mateus do Sul e outro em Planalto. A Delegacia de Ponta Grossa é composta por cinco unidades: as de Caetano, Guará, Furnas, Irati e Imbaú.
A Delegacia de Cascavel tem seis postos: na sede e em Catanduvas, Laranjeiras do Sul, Ubiratã, Campo Mourão e Lindoeste. Em Foz do Iguaçu são quatro postos: Santa Terezinha de Itaipu, Céu Azul, na Ponte da Amizade – fronteira com o Paraguai – e na Ponte Tancredo Neves – fronteira com a Argentina.
Já a Delegacia de Guaíra tem quatro unidades operacionais: uma na sede, uma na Ponte Ayrton Senna, uma em Porto Camargo e outra em Quatro Pontes.
Segunda maior do Estado, a Delegacia de Londrina possui oito postos: Ibiporã, Mauá, Apucarana, Marialva, Paranavaí, Cornélio Procópio, Santo Antônio da Platina e Ibaiti.
Falta de equipamentos é outra deficiência
De acordo com um policial que pediu para não ser identificado, as dificuldades no dia a dia são enormes.
Fazemos muito mais do que podemos. Podemos dizer inclusive que fazemos milagre.
Segundo ele, o baixo efetivo e a falta de equipamentos são os principais problemas.
O campo de trabalho é muito grande e, em determinados postos, temos quatro e até cinco rodovias para fiscalizar.
O policial ressalta que, além das questões ligadas às rodovias, como o excesso de velocidade, não uso de equipamentos de segurança e consumo de álcool aliado à direção, a PRF precisa fiscalizar veículos que transportam ilícitos.
No caso de uma abordagem, por exemplo, nunca sabemos qual a reação da pessoa, se ela vai nos atender com tranquilidade ou vai reagir com violência.
Ele cita o caso de policiais feridos durante o trabalho.
Falta de tudo: pessoas, armas, coletes balísticos que possam parar armamento de grosso calibre, viaturas e muitas outras coisas.
Há cerca de dois anos um concurso foi feito, mas até agora nenhum profissional foi incorporado.
De nada adianta fazer concurso público só para demonstrar que estão preocupados com a segurança. Precisamos é que essas pessoas sejam capacitadas e estejam trabalhando, já que a cada ano uma boa leva de policiais se aposenta ou assume outros cargos.
(Com informações de Tissiane Merlak)