Cascavel – Uma comitiva formada por cinco guardas patrimoniais esteve reunida na terça-feira (28), a portas fechadas, com o secretário de Administração, Alisson Ramos da Luz. Na pauta, segundo os guardas, estavam vários temas de interesse da categoria.
De acordo com Paulo Aimi, que está na Guarda há 15 anos, a principal reclamação é em relação à desvalorização dos profissionais.
E não falo somente da questão do salário, que no meu caso é de R$ 1.090, mas do dia a dia de trabalho.
Segundo ele, ao longo dos anos os guardas deixaram de ajudar na segurança da cidade e passaram a uma situação até certo pondo de ociosidade.
Cito como exemplo os que ficam de plantão em locais onde têm central de alarme ou ainda nas UPA (Unidades de Pronto-Atendimento), que tem segurança terceirizada. Não entendemos para quê ter um guarda. Esse profissional poderia ser remanejado para um lugar onde a segurança é deficitária, já que se fala tanto que não tem servidores, reclamou.
Vilmar Vacari contou que alguns guardas estão assumindo a função sem antes passar pela devida qualificação.
São profissionais que foram afastados de seus setores e recebem a farda para trabalhar.
O grupo entregou ao secretário um plano de atuação para melhor o aproveitamento da Guarda. Dentre os pontos elencados está a definição de escalas diurnas e noturnas, a implantação de bases fixas em determinadas regiões e mapeamento e identificação de todos os pontos considerados de propriedade do município, além do uso de colete balístico, tonfa, arma não letal de choque e radiocomunicadores.
Logo após a reunião com o secretário, outro grupo de guardas foi até a prefeitura para pedir a permanência de Lauri DallAgnol à frente da direção da autarquia.
Segundo o supervisor Leonel Pereira da Silva, que está há 22 anos na Guarda, os que reclamam da direção são profissionais que têm dificuldades em acatar ordens e em respeitar escalas de trabalho e hierarquia.
A maioria dos guardas aprova a atuação do Lauri no comando, por isso poucos discordam da postura da direção. Quando eles falam de maus-tratos, isso é uma mentira. Só reclamam aqueles que não cumprem a escala de trabalho, que abandonam os postos, e isso chefe nenhum vai aceitar.
Pressão
De acordo com os guardas que acionaram a imprensa para a cobertura da reunião, vários outros profissionais iriam até a Prefeitura pedir a permanência do diretor, o que se confirmou mais tarde. Segundo eles, os supervisores foram convocados a irem até a Prefeitura pedir a permanência de Lauri.
Questionado a respeito de como souberam da reunião, o supervisor Leonel Pereira de Souza, disse que os guardas se comunicam.
Eles mandaram mensagem para vários e a gente ficou sabendo que eles vinham aqui [Prefeitura] pedir a saída do Lauri. Não concordamos e por isso viemos.
(Com informações de Tissiane Merlak)