Cotidiano

Vendas do varejo devem cair 8,5% no dia dos namorados, aponta CNC

RIO – A tendência do dia dos namorados deste ano deve ser a ‘lembrancinha’. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas na data comemorativa deve cair 8,5% em relação ao ano passado. Trata-se do pior desempenho desde o início do estudo, em 2004, e o segundo ano consecutivo de queda. Os principais fatores do recuo são o comportamento de contração no número de vagas do mercado de trabalho, a alta dos juros e a escassez de crédito.

— A queda pode ser entendida pelos fatores que estão empurrando o varejo para o pior ano da década: a forte retração no mercado de trabalho, tanto no desemprego quanto na renda, que por causa da inflação a 9% causa perda do poder aquisitivo; a alta dos juros para o consumidor, que já alcançou a média de 7,8%; e a queda na confiança do consumidor — analisa Fábio Bentes, economista da CNC.

O dia dos namorados é uma das principais datas festivas para o comércio e, este ano, deve movimentar cerca de R$ 1,8 bilhão. O segmento com maior participação nas vendas é o vestuário, com 77%. Com preços abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses, as roupas são as principais dicas do economista para o consumidor poupar na hora do presente:

— A dica é procurar bens de consumo semi-duráveis e duráveis. O vestuário está entre 4% e 5% mais caro que no ano passado, o que ainda está abaixo da inflação, e pode ter um tíquete médio baixo. Para quem não precisa de empréstimo, alguns eletroeletrônicos tiveram redução de preço, mas apresentam valor unitário mais alto — indica Bentes.

Os preços de hospedagens em hotéis e CDs e DVDs são os únicos itens que estão mais baixos do que no ano passado, apresentaram queda de 2,5% e 2,1% respectivamente. Entre os que tiveram os maiores reajustes estão móteis (21,5 %), máquinas fotográficas (15,7 %) e bombons e chocolates (13,8%).

Segundo o economista, o comércio deve terminar o ano no vermelho. A estimativa da CNC é de uma queda de 8,8%, um pouco acima do recuo registrado em 2015, de 8,6%.

(*Estagiária sob supervisão de Andrea Freitas)