Cotidiano

Tucano acusa delegados de omitir informações na CPI da Merenda

SÃO PAULO – A CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo, que investiga um suposto esquema de desvios e pagamentos de propina a agentes públicos no estado, teve mais uma sessão marcada por polêmicas e bate-bocas. Nesta terça-feira, o deputado tucano Barros Munhoz (PSDB) acusou três delegados de polícia ouvidos de omitirem informações sobre as investigações. Para ele, a CPI é uma tentativa de atingir o governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

– Eles (os delegados) podiam ter colaborado mais durante a sessão. Omitiram informações, tiveram um comportamento de não falar tudo o que sabem. A presença deles não ajudou muito – disse Barros Munhoz.

Diante das acusações, os policias ameaçaram se levantar e deixar a sessão. Munhoz e outros deputados da base aliada do governo deixaram a reunião. Por isso, o presidente da CPI, Marcos Zerbini (PSDB), precisou encerrar a sessão por falta de quórum. Dos nove integrantes da comissão apenas um é da oposição: o deputado Alencar Santana Braga (PT). Ele criticou as perguntas feitas pelos deputados da base do governo:

– Há uma tentativa clara da base aliada do governo de desqualificar o trabalho dos investigadores – disse.

Nesta terça-feira os deputados se reuniram sem a presença dos estudantes no plenário. A decisão de proibir a entrada deles foi do presidente da comissão, que determinou que o número de pessoas ficasse restrito ao número de cadeiras disponíveis na sala.

O corregedor do Estado, Ivan Agostinho, também foi ouvido pela CPI na manhã desta terça-feira. Na semana que vem, os parlamentares devem ouvir ex-integrantes da cooperativa.

Ao longo das investigações foram citados o nome do atual presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), e de outros políticos paulistas: os deputados estaduais Luiz Carlos Gondim (SD) e Fernado Cury (PPS), além dos deputados federais Baleia Rossi (PMDB), Nelson Marquezelli (PTB) e Duarte Nogueira (PSDB). Todos eles negam ter participado do esquema.