Cotidiano

Trump 'estuda seriamente' transferir embaixada em Israel a Jerusalém

embai.jpg RIO ? O presidente dos EUA, Donald Trump, estuda seriamente transferir a embaixada dos Estados Unidos em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, segundo disse o republicano em uma entrevista ao jornal “Israel Hayom”. No entanto, Trump afirmou que ainda não tomou uma decisão sobre o assunto, que pode gerar tensões na relação com o governo israelense. trump

? Estou estudando a questão e veremos o que vai acontecer ? afirmou na entrevista, explicando que não se trata de uma decisão fácil e que está pensando nisso “muito seriamente”.

Já nos primeiros dias do governo Trump nos EUA, o seu secretário de imprensa, Sean Spicer, afirmou que o governo ainda estava nos estágios iniciais de uma discussão sobre a possibilidade de realocação da embaixada. A declaração veio apenas algumas horas antes do novo presidente conversar por telefone com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pode indicar que levará certo tempo até que sejam divulgados mais detalhes sobre a possível mudança.

A transferência para Jerusalém poderia soar como um passo provocativo, uma vez que israelenses e palestinos a consideram como sua capital. A cidade é foco de altas tensões na região, com uma intensa e antiga disputa pelo território.

Em sua campanha, Trump repetiu diversas vezes que pretendia realocar a embaixada dos EUA para Jerusalém. No entanto, foi repetidamente alertado de que a mudança violaria a legislação internacional e poderia destruir o processo de paz na região.

Algumas semanas atrás, palestinos lançaram uma campanha diplomática e midiática contra a mudança da embaixada. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, comentou o tema diversas vezes, dizendo que os palestinos não reagiariam violentamente à mudança, mas usariam canais legais e diplomáticos para lidar com o assunto. Além disso, enviou uma carta a Trump com um pedido para que a embaixada não fosse transferida, uma vez que este passo poderia devastar o processo de paz.

No início de janeiro, fontes do governo americano e do Ministério das Relações Exteriores disseram que o embaixador dos EUA poderia ser enviado a Jerusalém. A embaixada oficial, no entanto, continuaria em Tel Aviv.

Netanyahu comemorou a chegada ao poder de Trump, depois de ter mantido relações tensas com seu antecessor, Barack Obama. O democrata adotou tom crítico à questão dos assentamentos judeus, considerados por ele um obstáculo nas negociações de paz com os palestinos. A tensão alcançou seu pico quando, em 23 de dezembro, os Estados Unidos não vetaram, pela primeira vez desde 1979, uma resolução da ONU que condenava as colônias israelenses.

Cerca de 430 mil colonos israelenses vivem atualmente na Cisjordânia ocupada e mais de 200 mil em Jerusalém Oriental, que os palestinos desejam que seja a capital do Estado ao qual aspiram.