Cotidiano

Trump escolhe ex-senador para chefiar Inteligência Nacional

WASHINGTON – O presidente eleito Donald Trump escolheu seu diretor de Inteligência Nacional, garantiu a imprensa americana: o ex-senador Dan Coats, republicano que já foi embaixador na Alemanha, deve ser anunciado em breve. Aos 73 anos, o conservador deverá ser um mediador nas questões que dividem o presidente eleito e a própria comunidade de Inteligência, como as acusações de que a Rússia hackeou políticos e instituições americanas par tentar influenciar a eleição presidencial.

Fontes da equipe de transição afirmaram que Trump deve anunciar Coats em breve. Ele teria sondado ainda o ex-chefe da equipe que prepara o início de seu governo, Chris Christie (governador de Nova Jersey)

Coats, do estado de Indiana, serviu por seis anos no Senado antes de deixar Washington (também ocupou o cargo entre 1989 e 1999). No Congresso, fez parte das comissões de Inteligência e de Serviços Armados.

Agora, na função, é visto como um mediador. Segundo funcionários disseram sob anonimato, ele pode negociar uma trégua entre agências como CIA e FBI e o futuro assessor de Segurança Nacional, Mike Flynn. O general aposentado é bem quisto por Coats, mas fora demitido pelo atual diretor do órgão, James Clapper, por divergências.

No mesmo dia, Clapper prestou depoimento ao Congresso, alertando que autoridades do governo russo permitiram a realização de ciberataques para influenciar as eleições americanas. Ele e outro líderes da Inteligência afirmaram ainda que a Rússia representa uma grande e crescente ameaça ao governo americano, operações militares, diplomáticas e comerciais ? assim como para a infraestrutura crítica dos EUA. Segundo ele, o envolvimento da Rússia nas eleições de 2016 é sem precedentes.

? Os russos têm uma longa história de interferir nas eleições, tanto deles quanto de outras pessoas … Isso remonta aos anos 60, desde o auge da Guerra Fria ? declarou ele, para depois acrescentar: ? Eu acho que não tivemos uma campanha mais agressiva ou direta para interferir no nosso processo eleitoral do que vimos neste caso.

Ainda de acordo com os chefes de Inteligência, a Rússia está entre pelo menos 30 nações que estão desenvolvendo capacidades para lançar ataques cibernéticos.

A audiência no Senado acontece um dia antes de o presidente eleito ser oficialmente informado sobre os ataques hackers que afetaram o Partido Democrata, cuja candidata Hillary Clinton foi derrotada pelo republicano na eleição presidencial. Trump, que expressou ceticismo de que a Rússia estava por trás dos ciberataques, arrisca entrar em conflito tanto com democratas quanto com republicanos no Congresso. Muitos de seus colegas de partido desconfiam de Moscou e não apoiam os elogios do empresário ao presidente russo, Vladmir Putin, assim como seus esforços para superar as rixas entre os EUA e a Rússia.