Cotidiano

Temer diz que não há provas e chama denúncia de ficção

Brasília – Em pronunciamento ontem à tarde, o presidente Michel Temer afirmou que não há provas concretas na denúncia por corrupção passiva contra ele apresentada segunda-feira ao STF pela Procuradoria-Geral da República. Segundo ele, a peça acusatória é uma "ficção".

Foi a primeira fala de Temer desde que a denúncia foi apresentada, na noite de segunda-feira. Ele fez o pronunciamento no Salão Leste do Palácio do Planalto. O presidente chegou ao local acompanhado de diversos ministros e parlamentares da base aliada, que se postaram de pé ao lado do presidente em sinal de apoio. Ele tentou aparentar calma, mas se exaltou em alguns momentos.

"Somos vítimas dessa infâmia de natureza política. […] Fui denunciado por corrupção passiva sem jamais ter recebido valores. Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem", afirmou o presidente.

Na denúncia, Rodrigo Janot afirmou que as provas de que Temer recebeu dinheiro de propina são "abundantes". Antes da denúncia, em um relatório elaborado após as investigações, a Polícia Federal afirmou que as provas colhidas no inquérito indicam "com vigor" que Temer praticou corrupção.

"Criaram uma trama de novela. Digo sem medo de errar que a denúncia é uma ficção. […] Tentaram imputar a mim um ato criminoso e não conseguiram porque não existe, jurídica ou politicamente", complementou.

Em outro momento do pronunciamento, Temer se disse tranquilo, do ponto de vista jurídico. Isso porque, para ele, não há fundamentos que embasem a denúncia. Segundo ele, acrescentou-se ao direito penal "uma nova categoria: a denúncia por ilação".

No discurso, o presidente afirmou que não lhe falta coragem para "seguir na reconstrução do País" e disse que tem "orgulho" de ser presidente.

"Tenho orgulho de ser presidente. Não sei como Deus me colocou aqui. Portanto, tenho honra de ser presidente, mas pelos avanços do meu governo e não permitirei que me acusem de crimes. […] Não me falta coragem para seguir na reconstrução do País, e convenhamos, na defesa da minha dignidade pessoal", concluiu.