Política

TCE condena cinco construtoras

Curitiba – O TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado) do Paraná condenou outras cinco construtoras que tiveram obras embargadas no Estado. Juntas, elas terão de devolver R$ 6,9 milhões, entre recursos estaduais e federais.

O esquema se assemelha ao delatado pelo empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, principal pivô da Operação Quadro Negro, cujos desvios somam cerca de R$ 20 milhões. Em sua delação, Eduardo disse que o esquema de desvios se repetia em outras obras, conforme reportagem da Gazeta do Povo.

A empresa Machado Valente era responsável pela construção do Ceep (Centro Estadual de Educação Profissional) de Campo Largo. Orçadas em R$ 7 milhões, as obras deveriam ter sido entregues em fevereiro de 2015. Pelo atraso e pelas irregularidades, o TC determinou a paralisação das obras e a impugnação de mais de R$ 2,8 milhões, que a construtora terá que devolver aos cofres públicos.

Já a outra mencionada na delação, a M.I Construtora havia vencido licitação para construir dois colégios em Guarapuava: o Leni Marlene Jacob e o Pedro Carli. Mas o TC apontou distorções nas execuções dos serviços e determinou a devolução de R$ 1,6 milhão.

Outras três construtoras foram condenadas pelo TC por irregularidades na execução dos contratos com a Secretaria de Estado da Educação para reformas ou ampliações em escolas públicas. São elas: Atro Construção Civil, Brioschi Engenharia e TS Construção Civil. Juntas, elas terão que devolver quase R$ 700 mil.

Fraude

Segundo a decisão do TCE-PR, os fiscais da Superintendência de Educação fraudavam vistorias às obras, indicando em seus boletins que a execução das construções ou ampliações estava em estágio mais avançado do que a realidade. Isso resultava “em pagamentos por serviços não executados ou executados de forma diversa da prevista em contrato”.

Outro lado

Um dos sócios da Machado Valente, o empresário Jairo Machado disse que as construtoras estão sendo penalizadas por irregularidades que foram cometidas pela Valor Construtora. Ele destacou que, em 20 anos, jamais havia deixado de concluir uma obra: “Eu não conheço esse rapaz da Valor, nunca tive nada com o Fanini, nunca recebi pagamentos fora, nada disso. Ao contrário da Valor, nunca botei ‘laranjas’, nunca deixei de terminar obras. Não participo de esquema nenhum”.

Os responsáveis pelas demais construtoras não foram encontrados.

Já o governador Beto Richa tem negado as acusações feitas pelo dono da Valor e reforça que foi ele quem determinou as investigações na Secretaria da Educação que deram origem à Operação Quadro Negro.