Cotidiano

Senhas X vacinação: um drama diário

A campanha de vacinação segue até o dia 31 de maio

Sala de vacinação fechada e pacientes aguardando para se imunizarem contra a influenza. Esse era o cenário da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Bairro Canadá em Cascavel ontem à tarde.

Preocupados com o avanço da gripe na cidade, a população insiste. A dona de casa Adenir Marques, 59 anos, chegou à unidade às 13h e duas horas depois ainda aguardava ser chamada. “Isso é um descaso. Eu questionei por que estava demorando e eles falaram que estavam fazendo triagem”.

A outro paciente, a explicação recebida era outra: “[Eles] Me falaram que estavam preparando as vacinas”, disse Jairo Batista, 42 anos, que aguardava fazia uma hora para tomar a vacina.

Ambos os pacientes receberam a senha como garantia de atendimento. Só não contavam com a espera.

Adenir ficou na unidade até as 15h, quando desistiu e foi até a UBS do Bairro Neva para conseguir o que é dela por direito.

A empresária Vanir Lima também se irritou. Ela foi duas vezes à UBS do Cancelli e uma no Canadá para tentar tomar a dose. Tentar! Porque, apesar de esperar por mais de duas horas em cada local, não conseguiu ser atendida. “Respeito é bom e todos gostam. Temos que trabalhar, não dá para perder meio dia para tomar a vacina. E ainda se tomasse! Eu já perdi meio dia e não consegui ser atendida. Vai lá [UBS] e tem meia dúzia [de funcionários] sentados e a gente esperando ser atendidos”, reclama.

Vanir ilustra bem a situação: ela chegou às 8h à UBS Canadá na quarta de manhã, recebeu a senha 6, e às 10h foi embora sem ser atendida. Dois dias antes, chegou às 13h à UBS do Cancelli e às 15h ainda não haviam chamado ninguém. “Tudo bem que é de graça a vacina. Mas já pagamos por ela várias vezes”, lamenta.

Segunda fase

A campanha de vacinação segue até o dia 31 de maio. Em Cascavel, a meta é imunizar ao menos 90% das 95.878 pessoas que formam o público-alvo. Até o último sábado, dia D, 61.229 doses haviam sido aplicadas. Ou seja, um terço ainda precisa tomar a vacina.

Apesar de todo o apelo da campanha, o que os pacientes desejam encontrar são as portas abertas: “Durante as duas horas que fiquei na unidade, não apareceu ninguém nem para abrir a sala. Isso está errado”, reclama Adenir.

A Secretaria Municipal de Saúde não se pronunciou sobre o caso.