Cotidiano

Saúde proíbe aplicação de inseticidas com o uso de aeronaves

O impedimento foi feito por meio da Resolução 446/2016, publicada em Diário Oficial na quarta-feira

Curitiba – A Secretaria Estadual da Saúde proibiu a utilização de aeronaves para dispersão de agrotóxicos e inseticidas no combate do Aedes aegypti em áreas urbanas no Paraná. O impedimento foi feito por meio da Resolução 446/2016, publicada em Diário Oficial na quarta-feira.

De acordo com a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, o controle de vetores com aplicação de inseticidas é mais eficaz com o uso do equipamento costal, que trabalha com jato dirigido aos locais de preferência do Aedes.

“Para ter o efeito esperado, a nuvem de inseticida deve ficar próxima ao solo, com no máximo seis metros de elevação, pois o mosquito voa em baixas alturas. O jato disparado por aeronaves não atende a essas recomendações”, detalha Ivana.

A proibição também considera estudos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) que mostra que apenas 19% do produto aplicado por meios aéreos atinge o espaço determinado. Os mesmos estudos constataram a presença de contaminação decorrente da pulverização a 32 km da área-alvo.

“O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008 e o Paraná é o terceiro maior consumidor nacional. Nosso esforço é para reduzir seu uso cada vez mais”, explica o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz. O diretor também ressalta que países da União Europeia já proibiram a pulverização aérea desde janeiro de 2009 devido ao alto potencial de contaminação.

“A pulverização aérea pode causar danos à saúde da população, principalmente àquelas com maior vulnerabilidade, como idosos, crianças e gestantes. A prática também pode contaminar centrais de fornecimento de água, produções agrícolas e prejudicar o meio ambiente”, finaliza Sezifredo.