Cascavel – O Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná) está fazendo um estudo e reformulando o formato de atendimento das consultas psiquiátricas que são oferecidas atualmente no ambulatório em Cascavel e que atendem os 25 municípios da 10ª Regional de Saúde. De acordo com a direção do consórcio, o atendimento médico já estava sendo descentralizado para os núcleos de atendimento. Os dois médicos que ainda atendem na sede em Cascavel, também deixarão o ambulatório central, e passarão a realizar a consultas fora da estrutura do Cisop.
Segundo a direção do Cisop, a intenção é que esses pacientes que precisam de um atendimento especializado sejam atendidos nas próprias cidades, já que são pessoas que necessitam de um atendimento diferenciado e com uma estrutura de profissionais, não apenas um médico. Essa mudança de atendimento vem ocorrendo há alguns anos e atende as diretrizes do Governo Estadual.
A direção do Cisop explicou que este atendimento descentralizado já ocorre há algum tempo em pelo menos 16 dos 25 municípios e que a intenção é de aproximar os profissionais dos pacientes, melhorando o atendimento. O assunto também será discutido na Conferência de Saúde Mental da 10ª Regional de Saúde, que será realizado no dia 22 de fevereiro, no auditório da Unipar de Cascavel, com o envolvimento de todas as cidades.
Núcleos de atendimento
Outra novidade ainda para 2022 é a ampliação dos núcleos de atendimentos nas cidades. Atualmente, existem quatro pontos instalados nos municípios de Guaraniaçu, Corbélia, Céu Azul e Nova Aurora, e serão abertos também em Quedas do Iguaçu e Capitão Leônidas Marques. Nestes núcleos são feitas as consultas com diversos profissionais, já que a intenção é de que cada vez mais os pacientes sejam atendidos nas suas cidades de origem e não precisem se deslocar até Cascavel, sede do serviço.
Mais médicos
O consórcio está em processo de contratação de novos médicos, sendo que já foram contratados neste mês mais 22 médicos especialistas, sendo 4 médicos ginecologistas, 4 cirurgiões geral, 5 ortopedistas, 3 cardiologistas, 2 dermatologistas, 1 endocrinologista, 1 alergista, 1 coloproctologista e 1 neuropediatra. A expectativa é que por meio destes novos profissionais mais três mil consultas sejam realizadas por mês, além da já realizadas, já nos próximos 30 dias.
Primeiro balanço
O Cisop que passou a funcionar em um novo endereço desde o dia 3 de janeiro, também divulgou o primeiro balanço de consultas do ano. Segundo levantamento repassado pela direção do consórcio, do dia 3 de janeiro até o dia 31 foram realizadas 10.401 consultas médicas, um aumento de 15% em comparação ao mesmo período do ano passado, que foram 9.122 consultas.
Além disso, foi ampliado de 32 para 34 a quantidade de especialidades médicas.
Segundo o relatório, no mês de janeiro também ocorreu um acréscimo de médicos em comparação ao mesmo período do ano passado. Este ano o quadro é de 103 profissionais, 13 a mais do que em 2021. Além dos médicos, o Cisop conta ainda com 110 funcionários. O número de atendimentos também aumentou, passando de 6.432 em janeiro do ano passado para 8.779 este ano.
No dia 3 de fevereiro completou um mês de funcionamento da nova sede do Cisop. O prédio que estava sendo construído desde 2014 tem área de 4,6 mil metros quadrados e 126 salas de atendimento, no qual são realizados atendimentos especializados para uma população de 550 mil pessoas de 25 municípios. Pelo consórcio, são realizadas de 15 mil a 18 mil consultas por mês, além de aproximadamente 100 mil exames. A expectativa é que atendimentos sejam ampliados na nova sede chegando a pelo menos 20 mil consultas.
A estrutura conta ainda com atendimento materno-infantil, anfiteatro de 200 lugares, um centro de distribuição de medicamentos e consultórios equipados com tecnologia de ponta para realização de pequenos procedimentos ortopédicos e dermatológicos, além de cirurgias plásticas, intervenções odontológicas e o chamado ambulatório de feridos.
Pacientes que tiveram Covid têm mais riscos
As pessoas que se recuperaram da Covid-19 têm uma probabilidade de pelo menos 60% a mais de sofrer problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, segundo apontou um estudo publicado nesta ontem (16) pela revista científica BMJ (British Medical Journal).Mesmo naqueles que não precisaram ser hospitalizados, podem persistir problemas ou aparecer nas semanas e meses após a fase aguda da doença, diz a o estudo. Os transtornos abrangem alterações por utilização de opioides, drogas e álcool, sono e distúrbios cognitivos.
Os dados revelam que, em comparação com grupos de controle sem qualquer infecção, as pessoas que tiveram Covid-19 foram 35% mais propensas a ter transtornos de ansiedade e quase 40% a sofrer de depressão ou transtornos relacionados ao humor e ao stress, que podem afetar o comportamento e as emoções. Isso coincidiu com um aumento de 55% no uso de antidepressivos e 65% na utilização de benzodiazepínicos para ansiedade.
As pessoas eram também 41% mais propensas a ter distúrbios do sono, 80% a ter o que se conhece como névoa cerebral (esquecimento, confusão, falta de concentração) e 46% a pensamentos suicidas.
Comparadas com pessoas que não tiveram a doença, as recuperadas têm 34% mais chances de desenvolver transtornos pelo uso de opioides e 20% pelo uso de substâncias relacionadas ao álcool ou drogas ilícitas.
