Cotidiano

Rússia expulsará 35 diplomatas americanos em resposta a sanções dos EUA

MOSCOU ? A Rússia anunciou nesta sexta-feira planos para expulsar 35 diplomatas americanos e proibir funcionários diplomáticos americanos de usar instalações em Moscou, em retaliação às sanções dos Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, foi citado pelas agências dizendo que havia proposto as medidas ao presidente Vladimir Putin.

O presidente Barack Obama ordenou na quinta-feira a expulsão de 35 russos suspeitos de espionagem e impôs sanções a duas agências de inteligência russas por seu envolvimento em supostos ciberataques contra grupos políticos americanos nas eleições presidenciais de 2016.

Lavrov disse que a Rússia não deixaria as sanções sem resposta, reiterando que as alegações de que a Rússia interferiu nas eleições americanas não tinham fundamento.

FBI CULPA RÚSS

O FBI culpou diretamente serviços de inteligência da Rússia de interferirem na eleição presidencial de 2016 dos Estados Unidos, divulgando na quinta-feira o relatório mais definitivo sobre o tema até o momento, que incluiu amostras de códigos de computador nocivos que teriam sido usados em uma ampla campanha de invasões cibernéticas.

A partir de meados de 2015, a agência de inteligência externa russa, FSB, mandou um link nocivo por email para mais de mil destinatários, entre eles alvos do governo dos Estados Unidos, de acordo com a polícia federal norte-americana em um relatório de 13 páginas de co-autoria do Departamento de Segurança Interna.

Embora o Departamento e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional tenham dito que a Rússia está por trás dos ciberataques de outubro, o relatório é a primeira análise técnica detalhada fornecida pelo governo, e o primeiro comunicado oficial do FBI.

De acordo com o documento do FBI, entre os grupos comprometidos pelas invasões do FSB estava o Comitê Nacional Democrata (DNC), que voltou a ser invadido no início de 2016 pela GRU.

O relatório corrobora em grande parte descobertas anteriores de empresas particulares como a CrowdStrike, que investigou as invasões ao DNC e outros locais, e é uma prévia de uma avaliação mais detalhada da comunidade de inteligência dos EUA que Obama mandou ser finalizada antes de deixar o cargo no mês que vem, disse uma fonte a par da questão.

A maior parte das informações no documento não é nova, segundo a fonte, refletindo a dificuldade de atribuir responsabilidade por ciberataques publicamente sem revelar fontes e métodos confidenciais usados pelo governo.

Alguns líderes republicanos experientes do Congresso expressaram revolta com o que chamaram de interferência da Rússia nas eleições norte-americanas, divergindo de seu próprio presidente eleito, Donald Trump.

Democratas acusaram Moscou após a derrota de sua candidata presidencial, Hillary Clinton, enquanto Trump questionou se a Rússia realmente é culpada e disse aos democratas que superassem o assunto.