Cotidiano

Renan critica declarações de ministro da Justiça sobre prisão de agentes

BRASÍLIA ? Três dias depois da prisão de quatro agentes da Polícia Legislativa do Senado, na sexta-feira, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), continua irritado com declarações do ministro da Justiça, Alexandre Morais, que, na sexta, disse que os policiais tinham extrapolado suas funções.

Os agentes foram presos após terem sido acusados de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato, ao fazer varredura em busca de escutas ambientais em imóveis dos senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fernando Collor (PTC/AL) e Edison Lobão (PMDB-MA) e do ex-senador José Sarney (PMDB), todos investigados. Renan disse ao GLOBO que Moraes ?claramente atrapalha? quando dá esse tipo de declaração, e que devia ?falar menos?.

Mas negou que tenha pedido a demissão do ministro tucano ao presidente Michel Temer.

? Quem extrapolou foi ele no exercício do cargo. Acho que ele precisa falar menos Houve, no mínimo, precipitação. Não fica bem, para a separação dos poderes, um ministro de Estado ficar falando uma coisas dessas, que claramente atrapalha. Estou fazendo meu papel como presidente do Senado. Apenas reclamei em função de suas declarações. Se ele vai permanecer no cargo ou não, isso quem decide é o presidente da República ? disse Renan neste domingo, antes de embarcar para Brasília.

Dos quatro policiais presos na sexta-feira, o único que permanece detido é o diretor da Polícia do Senado, Pedro Araújo, alvo central da investigação até o momento. Ele deverá permanecer detido até terça-feira, quando termina o prazo de sua prisão provisória, e foi acusado pelos outros policiais presos de falsificar justificativas para as varreduras.

O GLOBO tentou falar com o ministro da Justiça por meio de sua assessoria, mas não recebeu retorno das ligações até o final dessa edição.