Cotidiano

Relator no TRF vota para que Cachoeira e Cavendish voltem para a prisão

RIO – O relator da Operação Saqueador no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), desembargador Abel Gomes, votou nesta quarta-feira para que o ex-dono da Delta Fernando Cavendish, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, os empresários Adir Assad e Marcelo Abbud e o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu voltem para a prisão. Eles estão em prisão domiciliar.

A decisão de hoje é considerada crucial pelos investigadores para o futuro da Operação Lava-Jato no Rio. Eles defendem o fim do benefício da prisão domiciliar.

Cavendish foi para casa cumprir a domiciliar, e Cachoeira ficou em um hotel da orla de Copacabana, já que a Justiça determinou que ele e os outros réus que moram fora do Rio permaneçam na capital fluminense até a decisão do julgamento de hoje.

A defesa de Cavendish pediu para ser mantido em prisão domiciliar alegando ser o único responsável por suas filhas gêmeas de 6 anos. As duas são filhas de Fernanda Kfouri, morta em um acidente de helicóptero em 2011. A lei prevê que a prisão preventiva pode ser substituída por domiciliar quando o homem é o único responsável por filhos menor de 12 anos.

O Ministério Público Federal alegou que o relatório da Polícia Federal mostra que entre 2015 e 2016 Cavendish saiu do país 15 vezes e só levou as filhas em quatro, o que demonstra que ele tem com quem deixar as filhas. Por isso, Gomes negou o argumento e também votou para que Cavendish volte para a prisão.

Ainda faltam os votos dos desembargadores Paulo Espírito Santo e André Fontes.

Os advogados defenderam durante a sessão que as acusações são referentes ao período de 2007 a 2012 e que, de lá para cá, não houve nenhum fato novo que justifique a prisão dos réus. O procuradora regional da República Mônica de Ré pediu que os cinco réus voltassem para a prisão fechada para que fosse desarticula a organização criminosa. Além disso, segundo ela, ficar em domiciliar é uma condição que facilita a ocultação de patrimônio.

Cavendish, Cacheira, Adir Assad e outras 20 pessoas respondem a uma ação na 7ª Vara Federal Criminal do Rio. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), R$ 370 milhões foram desviados de obras feitas pela Delta e repassadas a 18 empresas fantasmas de Adir Assad, Marcelo Abbud e Cachoeira. Depois, o dinheiro era sacado e distribuído a agentes públicos, dificultando o rastreamento.