Cotidiano

Queda de casos não reduz atenção

Cascavel – Apesar da redução de casos notificados pelo Cedip (Centro Especializado de Doenças Infecto-Parasitárias) em Cascavel nos municípios da região oeste do Paraná no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, os cuidados e a atenção permanecem, de acordo com Josana Dranka Horvath, coordenadora-geral do Cedip.

Ano passado, nos primeiros seis meses foram registrados 138 casos, contra 108 no primeiro semestre de 2017. “Dentro do aspecto científico, não se trata de uma diferença significante, uma vez que os casos continuam a aparecer”, salientou.

Segundo Josana, há casos de pessoas que tiveram acesso ao diagnóstico positivo, mas que ainda não começaram o tratamento. “Os números ainda têm se mantido alto, devido à exposição das pessoas na relação sexual, com uma troca mais intensa de parceiros, gerando consequentemente mais casos de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids. O público que mais procura o Cedip está dentro da faixa etária entre 20 e 35 anos.

Em Cascavel, na área de abrangência da 10ª Regional de Saúde são 2.756 pacientes registrados para atendimento no Cedip. Desse total, 80% são de Cascavel.

De acordo com os prontuários do Cedip, esse número corresponde a 56,8% de homens e 43,2% de mulheres. O Cedip também tem um levantamento por ano em relação ao número de novos casos de 2008 até agora. O ápice ocorreu ano passado, com 229 novos casos. Já em 2009, o Cedip registrou apenas 99 novos casos.

Mudança de endereço

A enfermeira responsável pelo Cedip, Josana Horvath, relata que campanhas de orientação são realizadas recentemente, inclusive envolvendo palestras em ambientes corporativos, além de universidades e escolas. No dia 6 de outubro, o Cedip fará um treinamento sobre a sífilis com profissionais da rede básica de saúde. “A sífilis é a porta de entrada para o HIV”, alerta Josana.

Desde 24 de julho o Cedip deixou a instalação anexa à UPA Pediátrica, na Avenida Tancredo Neves, e passou a atender em novo endereço, na Rua Engenheiro Rebouças, 2.940, em Cascavel. Passado pouco mais de dois meses, são poucos os problemas relacionados à alteração de local, conforme Josana. “São casos isolados de pacientes que não retornavam havia cerca de seis meses”.

Além disso, conforme ela, foram feitos contatos telefônicos com todos os pacientes agendados, informando sobre a mudança de endereço.

A importância de fazer o exame

Conforme Josana Horvath, as pessoas portadoras do HIV só irão saber se estão com o vírus fazendo o exame. “Por isso, a relevância da oferta do teste não somente no Cedip, mas em todo o serviço de saúde”.

“O portador de HIV é transmissor do vírus, mesmo não estando doente. Muitas pessoas desconhecem o exame, pois nunca o fizeram. Diferente do que muitos pensam, o HIV não aparece em qualquer exame realizado, deve ser feito o específico”, orientou ela.

Segundo Josana, a maioria das pessoas que descobrem ser portadoras do vírus do HIV já está com algum sintoma da doença ou com seu sistema imunológico comprometido o que chamamos de Aids.

O vírus

O vírus HIV está presente nas secreções dos órgãos genitais, no sangue e no leite materno. A relação sexual anal, vaginal e oral oferece risco para o contágio se for sem o uso do preservativo. O contato com sangue pode acontecer nos dias atuais por meio de compartilhamento de agulhas, seringas, de mãe para filho durante a gravidez e parto.

Como prevenir:

– Uso de preservativo em todas as relações sexuais, independente de quem seja, já que o HIV não tem cara. E na decisão de não usar preservativo por estar em um relacionamento fixo, deve-se ao menos os dois realizarem o teste de HIV antes de abrir mão do preservativo.

– Toda mulher grávida e seu parceiro devem realizar o exame de HIV no pré-natal. Caso a mulher tenha o vírus ou seu parceiro medidas de prevenção serão tomadas para que a criança não se infecte.

– A mulher que é portadora do HIV ou se descobre portadora na gravidez, será ofertado tratamento, cuidados durante a gravidez e parto, podem diminuir o risco de contaminação para menos de 1%. Esta criança não deve ser amamentada. Por isso a importância do exame no pré-natal da gestante e do parceiro.

– A informação correta e a conscientização sobre as formas de transmissão e a correta prevenção podem contribuir para mudança da epidemia para os próximos anos e para isso ocorrer é necessário o envolvimento de toda a sociedade.