Cotidiano

Procuradoria pede prisão de ex-presidente do Peru por propina da Odebrecht

SÃO PAULO – Após a Odebrecht admitir que pagou propina a autoridades de 12 países, a Procuradoria-Geral do país pediu, nesta terça-feira, a prisão preventiva por 18 meses do ex-presidente Alejandro Toledo, que comandou o país entre julho de 2001 e julho de 2006. Ele é acusado de receber US$ 20 milhões (R$ 62 milhões) de propina para favorecer a empreiteira nas obras da rodovia Interoceânica Sul e é investigado por tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

A Justiça peruana informou no início da noite desta terça-feira que está analisando o pedido de prisão, mas não disse em quanto tempo sairá a resposta do juiz Richard Concepción Carhuancho. O ex-presidente peruano está na Europa com a esposa e ainda não se manifestou publicamente sobre a possibilidade de ir preso. Na semana passada, ele havia escrito no Facebook que estava pronto para colaborar da Justiça, mas afirmou que as acusações são uma forma de ?vingança?.

Os investigadores do Peru dizem que pelo menos US$ 11 milhões (R$ 34 milhões) de propina da Odebrecht foram encontrados na conta do empresário Josef Maiman, amigo próximo de Toledo e também investigado pela Procuradoria. O dinheiro teria passado por contas bancárias em paraísos fiscais antes de chegar ao ex-presidente, segundo a investigação.

Agentes peruanos já haviam revistado a casa de Toledo no fim de semana. Apreenderam dois cofres, duas caixas com envelopes lacrados e vídeos e encaminharam os bens para a Procuradoria-Geral que cuida do caso.

Na segunda-feira, o presidente do Peru, Pedro Paulo Kuczynski, disse que é uma ?vergonha? e uma ?traição? ao país os supostos atos de corrupção praticados por Toledo. Durante o mandato de Toledo, Kuczynski chegou a presidir o Conselho de Ministros.

A investigação peruana começou após o acordo assinado pela Odebrecht com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em dezembro, no que foi definido como ?o maior caso de pagamento de suborno da História?.