Cotidiano

Procuradoria boliviana pede 12 anos de prisão para ex-namorada de Evo Morales

LA PAZ ? A Justiça da Bolívia pedirá 12 anos de prisão para Gabriela Zapata, ex-namorada do presidente boliviano, Evo Morales, por legitimação de ganhos ilícitos. A empresária, no entanto, foi liberada da acusação de tráfico de influência, informou nesta quinta-feira a Procuradoria Geral. Em prisão preventiva desde fevereiro, ela é acusada, ainda, de associação criminosa, falsidade ideológica e uso de instrumento falsificado após se envolver em uma polêmica que tomou o país no início do ano.

? O Ministério Público vai pedir pena de 12 anos de prisão para a senhora Zapata ? disse Guerrero, que anunciou que a Justiça apresentou uma acusação e está em condições de demonstrar que estes crimes foram cometidos.

O crime mais grave neste caso é a legitimação de ganhos ilícitos, que tem pena de cinco a dez anos de prisão, segundo o procurador. Mas, considerando a ocorrência de crimes anexos, a sentença se elevaria a 12 anos no cárcere.

A ex-namorada do presidente era gerente de uma empresa chinesa que firmou contratos com o governo boliviano da ordem de US$ 560 milhões. O próprio governo reconhece que ela despachou de escritórios públicos.

No início do ano, Zapata afirmou ter tido um filho com o presidente, que jamais teria sido reconhecido pelo pai. A história deu origem a um escândalo na Bolívia que custou a Morales a vitória em um referendo em fevereiro, no qual buscava ser validado para disputar um quarto mandato entre 2020 e 2025.

Recentemente, a Justiça boliviana determinou a inexistência física comprovada do suposto filho. Após uma série de reviravoltas e de mudanças na sua versão da história, ela hoje afirma que a criança morreu.

Inicialmente, Zapata também era acusada de tráfico de influência em grau de cumplicidade e enriquecimento ilícito de particulares às custas do Estado, mas a Justiça retirou estas acusações. Morales – a quem a oposição também acusou de tráfico de influência – e a empresa chinesa também foram isentados de responsabilidade pelo Congresso, de maioria governista.