É inegável que a cidade de Cascavel está em plena expansão. São vários novos loteamentos e prolongamentos de avenidas e ruas por todos os lados. Diante da expansão física, também há o crescimento populacional, o que obriga o Município a aumentar a expansão da área de ocupação, ou seja, o perímetro urbano.
Nos últimos seis anos, o perímetro urbano de Cascavel aumentou quase 32 km², o equivalente a 3.200 hectares. Em 2015, por exemplo, o perímetro urbano era de 80,87 km². Em 2018, no segundo ano da gestão Paranhos, a área urbana chegava a 107 km² e, de acordo com o IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), hoje Cascavel conta com 112 km² de perímetro urbano. A última alteração aconteceu em 2020, quando a Câmara aprovou pedido do Poder Executivo que solicitava aumento em algumas regiões da cidade.
Foi pensando na estruturação física do Município que o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, solicitou ao presidente do IPC, Tales Riedi Guilherme, um estudo para a inserção de novas áreas no perímetro urbano.
Segundo Paranhos, o estudo deverá levar em conta locais que já possuem infraestrutura de serviços básicos, como saúde e educação, nas proximidades. “Eu pedi ao IPC um estudo na borda do perímetro urbano existente hoje para que possa fazer uma proposta, claro, sempre analisando a infraestrutura. Por exemplo, um perímetro urbano que a gente já tem unidade de saúde e escola próximo ok! Quando não tiver, nós temos que propor a contrapartida de quem vai fazer esses condomínios”, disse Paranhos, referindo-se a loteadores.
De acordo com Tales, os estudos por parte do IPC já começaram e em breve serão apresentados ao Paço. “Já demos início aos estudos para ver se existe fundamentação para o aumento”.
Como funciona
Desde que Paranhos assumiu a prefeitura, em 2017, o Município trabalha com o aumento de área de maneira diferente. O pedido do empresário (loteador) chega até o IPC e é analisado, então uma contrapartida é solicitada pelo Município. O valor é utilizado para realizar obras de infraestrutura no local. “A gente tem vários pedidos de inclusão de áreas no perímetro urbano em análise no IPC. Desde 2017, a gente analisa o pedido e pede a contrapartida, como no caso da Avenida das Torres, da Avenida Guaíra e a continuidade da Avenida Barão do Rio Branco”, lista.
Segundo o prefeito, a questão da expansão das avenidas já está consolidada e o investimento em infraestrutura nessas regiões foi superior a R$ 30 milhões. “A Avenida Guaíra, a Avenida das Torres e a Avenida Barão do Rio Branco, que era a PR-486, já estão consolidadas, nós temos documentos desses empreendedores. É um investimento de mais de R$ 30 milhões em infraestrutura. Isso já está conquistado! Nas novas áreas, eu pedi ao IPC que, além de trazer a proposta de inserção, traga também as necessidades de atendimento ao público, como saúde e educação, para que a gente possa fazer o planejamento paralelo a esse crescimento”, acrescenta Paranhos.
Zona oeste
O prefeito diz que, futuramente, também poderá haver um avanço do perímetro urbano na zona oeste da cidade, na região do Bairro Santo Inácio, onde será realizada a obra de extensão da Avenida Brasil até o Contorno Oeste.
Entretanto, Paranhos espera que, com a apresentação do estudo, o Município trabalhe com a expansão de maneira geral e não pontual, como acontece atualmente.
Segundo ele, Cascavel conta hoje com um déficit habitacional a aproximadamente 15 mil pessoas e a expansão do perímetro urbano possibilitaria a diminuição dessa fila. “Nós temos um déficit hoje de quase 15 mil pessoas que não têm casa… queremos, até 2024, tentar quase que zerar essa fila. Então, essa inserção de novas áreas no perímetro urbano é um conjunto de ações que queremos propor até para fugir um pouco dessa negociação pontual com essa ou aquela área”.
Com o aumento da área urbana para a realização de novos empreendimentos e novos loteamentos, o objetivo de Paranhos é proporcionar uma queda nos preços de lotes. “O que nós queremos proporcionar é, de fato, a queda nos preços. Quando colocamos mais área no perímetro urbano, por consequência teremos mais terrenos e mais oportunidades e uma disputa saudável. Quem ganha com isso é o consumidor”.
Reportagem: Mateus Barbieri
Fotos: Viaje Paraná
