Cotidiano

Precisamos ver o que a sociedade quer e dar o mínimo de garantias, diz ANS

plano_saude.jpgSÃO PAULO ? O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos de Souza Abrahão disse, durante o XIV Seminário Internacional Proteste de Defesa do Consumidor, que foi convocado hoje para a primeira reunião do grupo de trabalho, para discutir os planos acessíveis, amanhã, em Brasilia. Ele reforçou que o plano foi trazido pelo Ministério da Saúde, mas ainda não tem conhecimento do que será proposto. Abrahão acha, no entanto, que qualquer mudança deve ser amplamente discutida com consumidores, prestadores e operadoras.

Unimed 22-08

? Só se promove mudança no marco regulatório com embasamento técnico. Precisamos ver o que a sociedade quer e dar a ela o mínimo de garantias ? afirmou o presidente da ANS, convidado para falar das ações da agência reguladora para combater a crise no setor de saúde suplementar e enfrentar a entrada de produtos alternativos no mercado.

Foram convidados para o seminário, que tem o objetivo de discutir o impacto da crise econômica e os reflexos para o consumidor no setor de plano de saúde, especialistas do Brasil e do exterior. Durante o evento, que acontece no auditório da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), a Proteste apresentará os resultados de pesquisa com usuários de planos privados que mostra, entre outros fatores, como o consumidor dribla a falta do plano de saúde quando é demitido, ou por não conseguir arcar com os custos.

Paulo Furquim de Azevedo, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, acredita que uma saída para planos mais acessíveis é a verticalização do sistema, com planos que possuem redes hospitalares e fazem todos os procedimentos em suas unidades, reduzindo custos.

André Luís Lopes dos Santos, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), ligado ao Ministério da Justiça, disse que ficou feliz em saber que o foco não é mais redução de rol, o que, avalia, aumentaria ainda mais a judicialização do setor.

Pesquisador do Grupo de Pesquisa e Documentação sobre o Empresariamento da Saúde (GPDES), do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, José Antônio Sestelo destacou que o plano popular, proposto pelo ministro da Saúde, não poder ser tratado como solução estrutural para o financiamento do sistema.

? Essa visão é equivocada e tende a trazer mais custos para o sistema.

A pesquisadora do Centro de Competência Econômico e Jurídico da Proteste Associação de Consumidores, Gisele Rodrigues, teme a redução de cobertura e de rede, que já é uma queixa recente de usuários de planos de saúde.