Cotidiano

?PR não vai comprometer as finanças com salários?

No fim da tarde de ontem mais de 390 colégios estaduais paranaenses já haviam sido ocupados pelos estudantes, entre eles 30 de Cascavel

Cascavel – Em visita a Cascavel, onde participou de encontro com vários prefeitos eleitos do Oeste paranaense, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, reafirmou ontem a decisão do governo paranaense de não reajustar os salários do funcionalismo público estadual em janeiro do próximo ano, ao contrário do que estabelece o acordo celebrado com a categoria ainda em 2015. Por conta disso, professores e outras categorias entrarão em greve na próxima semana.

“Nós não temos condições de oferecer o reajuste. Enquanto estamos discutindo aqui o reajuste, os outros estados brasileiros estão discutindo se pagam o salário do mês. Além disso, não estão oferecendo aos servidores a garantia de pagamento do 13º salário”, declarou. Segundo ele, mesmo que quisesse o governo não teria como pagar já a partir de janeiro próximo as promoções e progressões de carreira e também a reposição inflacionária.

“Melhor trabalhar com a verdade. É claro que a nossa vontade era conceder o reajuste aos servidores, mas não temos recursos para isso e estamos dando este alerta com antecedência”, reforçou, destacando que os salários do funcionalismo continuarão sendo pagos em dia, assim como 13º salário.

“Nunca foi fácil negociar com a APP-Sindicato, pois parece que não estão observando bem o cenário nacional. Eu tenho até alertado os servidores públicos do Paraná que nós temos que abrir a janela e ver o vizinho. O País tem hoje 12 milhões de desempregado e tem aqueles trabalhadores que estão com medo de receber a conta”, acrescentou Rossoni.

OCUPAÇÕES

No fim da tarde de ontem mais de 390 colégios estaduais paranaenses já haviam sido ocupados pelos estudantes, entre eles 30 de Cascavel. “Nós temos procurado abrir o diálogo com os jovens para ver se eles desocupam as escolas. Eles ficaram de fazer na segunda-feira uma assembleia para decidir pela continuidade ou não do movimento”, disse Rossoni ao ser questionado sobre o movimento.

Segundo ele, a orientação do governador Beto Richa é não cumprir as reintegrações de posse concedidas pela Justiça. “Nós gostaríamos que os jovens entendessem que a Medida Provisória da reforma do ensino é do governo federal e nós também não concordamos como a forma como ela foi feita. A reforma deveria ser debatida com a sociedade brasileira”, ressaltou, adiantando que o governador Beto Richa vai a Brasília na segunda-feira debater o tema diretamente com o ministro da Educação, Mendonça Filho.