Saúde

População não vacinada registra aumento no número de óbitos no Paraná

Óbitos de pessoas mais jovens e que ainda não receberam imunização foram as únicas faixas etárias que registraram crescimento percentual superior a 70% no número de mortes no mês de abril em relação à média no período da pandemia

Vacina Oxford/AstraZeneca para imunizacao  em profissionais de saude do Hospital de Reabilitação do Paraná que tem leitos exclusivo de combate à Covid-19.  Curitiba, 27/01/2021. Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Vacina Oxford/AstraZeneca para imunizacao em profissionais de saude do Hospital de Reabilitação do Paraná que tem leitos exclusivo de combate à Covid-19. Curitiba, 27/01/2021. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Paraná – O aumento percentual de mais de 70% no número de óbitos por Covid-19 de pessoas mais jovens, na faixa etária entre 30 a 39 anos e, um pouco menor, na faixa dos 50 aos 59 anos, contabilizados pelos Cartórios de Registro Civil do Paraná no mês de abril, o segundo pior desde o início da pandemia no Estado, são claros em apontar que a vacinação em massa de sua população é o melhor caminho para a crise de saúde pública causada pela Covid-19.

Ainda aguardando o cronograma de vacinação para suas idades, a população mais jovem viu crescer os números percentuais de óbitos no último mês, mesmo quando comparados a março deste ano, o mês com maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus no Estado e também em relação à média de mortes de sua faixa etária desde o início da pandemia.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela  Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Faixas etárias – No Estado, a faixa etária que registrou o maior percentual de aumento em relação à média desde o início da pandemia foi a da população entre 30 e 39 anos, com crescimento de 75% no número de óbitos em abril na comparação com o período que vai de março de 2020 a março de 2021.

A faixa etária que vai dos 50 aos 59 anos viu o aumento do número de óbitos crescer 59% em relação à média para esta faixa etária desde o início da pandemia. Outra faixa etária que registrou crescimento foi a de pessoas entre 40 e 49 anos, com óbitos aumentando 46% em relação à média desde o começo da pandemia.

Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, a população entre 60 e 69 anos registrou aumento de mortes de 10% em relação à média desta idade no período, enquanto os números absolutos de falecimentos desta faixa etária caíram de 1.489 em março para 1.033 em abril. Nas demais faixas etárias, já vacinadas, o número de óbitos caiu em relação à média desde o início da pandemia, reduzindo 8% na faixa entre 70 e 79 anos, 46% entre 80 e 89 anos, e 71% na população entre 90 e 99 anos.

Ranking Estadual – No Estado do Paraná, a faixa etária entre 30 a 39 anos esteve acima da média nacional, registrando aumento percentual de 75% no número de óbitos, enquanto o país apontou aumento de 56%. O mesmo ocorreu com a população na faixa etária entre 50 e 59 anos, com aumento percentual de 59%, enquanto os números do país estiveram em 54%. Já nas faixas etárias de 40 a 49 anos e de 60 a 69 anos, o Paraná teve crescimento abaixo da média nacional, registrando crescimentos de 46% e 10%, enquanto no País estes números foram de 57% e 22% respectivamente.

Cenário nacional – Todos os Estados brasileiros registraram aumento de óbitos na faixa entre 40 e 49 anos na comparação com a média desta idade desde o início da pandemia e 15 deles estiveram acima da média nacional. À frente deste ranking está o Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 154%, seguido por Santa Catarina, aumento de 118%, Sergipe, crescimento de 101%, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, aumento de 94%. São Paulo e Rio de Janeiro, com 66%, e Distrito Federal, com 58%, também estiveram acima da média nacional.

Já na faixa etária entre 30 e 39 anos, 22 Estados registraram crescimento em abril em relação à média do período, sendo que 12 deles acima da média nacional. Os aumentos foram maiores nos Estados do Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (97%), Rio Grande do Norte (94%), Mato Grosso (92%) e Distrito Federal (90%). A lista tem ainda São Paulo (73%), Minas Gerais (67%) e Rio de Janeiro (59%).

Na última faixa com crescimento nacional acima de 50%, entre 50 e 59 anos, novamente todos os Estados brasileiros registraram crescimento, sendo 16 deles acima da média nacional. Os maiores aumentos foram nos Estados do Rio Grande do Norte (152%), Pará (105%), Rio Grande do Sul (80%) e Acre (73%). O Distrito Federal registrou aumento de 58%, São Paulo, de 56%, e Rio de Janeiro de 54% nesta faixa etária.